Sintomas como febre alta súbita, dor no corpo, prostração, diarreia e dor abdominal, entre outros, têm levado muitas pessoas a buscar atendimento na rede de atenção básica em saúde. Embora os sinais sejam muito parecidos com os da Covid-19, em muitos desses casos o diagnóstico acabou revelando outra infecção: a dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que em Santa Cruz já atingiu 678 habitantes, conforme o último levantamento.
Na ânsia por descobrir logo a doença da qual padecem, muitas pessoas saem da consulta médica um tanto frustradas por não terem sido de imediato encaminhadas para fazer o exame. No entanto, como o corpo demora a produzir anticorpos em quantidade suficiente para que sejam detectados no exame de sangue, a espera por alguns dias é necessária a fim de que o resultado não apresente um falso negativo.
LEIA MAIS: Saiba quais são os sintomas da dengue
Publicidade
Conforme o epidemiologista da Secretaria de Saúde, Luciano Duro, durante o atendimento médico o paciente recebe um encaminhamento para realizar, no laboratório do Hospital Santa Cruz, os exames sorológicos IgG e IgM, a partir do 7º dia e até o 30º após o início dos sintomas. “Antes disso não adianta fazer, a pessoa pode estar com a doença mas ainda não ter desenvolvido uma quantidade de anticorpos que seja detectada no exame. É uma janela imunológica muito semelhante à do HIV”, explicou.
Luciano esclarece que no caso da dengue, o tratamento é sintomático e o diagnóstico laboratorial é uma ferramenta para fins de controle epidemiológico, que auxilia indiretamente no bem-estar do paciente. “As pessoas ficam ansiosas por um diagnóstico, mas independente disso, a conduta não muda, a pessoa vai receber a medicação conforme os sintomas que apresentar. Assim como na Covid-19, não há tratamento específico, como existe por exemplo para a leptospirose, em que tu tem um antibiótico e quanto mais cedo tomar, melhor”, destacou.
LEIA MAIS: Secretaria da Saúde confirma segunda morte por dengue em Santa Cruz
Publicidade
Apesar da semelhança nos sinais da Covid-19 e da dengue, que em um primeiro momento podem confundir, no caso da dengue inexistem os sintomas respiratórios, tão característicos da Covid-19. Além disso, uma evidência bem típica da dengue é uma dor persistente atrás dos olhos, que pode não acometer todas as pessoas. Essa primeira fase pode levar entre dois e sete dias e simplesmente desaparecer. Lá pelo período entre o 3º e o 7º dia, algumas pessoas atravessam uma fase mais crítica, com dor abdominal, inchaço, alterações na pele e piora do quadro geral, o que pode alterar os resultados dos exames. A fase final é quando o paciente vai aos poucos voltando à normalidade. “O ciclo completo da infecção pode levar em torno de dez dias e a maioria das pessoas terá sintomas bem ruins, mas que passam”, disse.
LEIA MAIS: Estado tem 111 municípios em alerta pela proliferação do Aedes aegypti
Publicidade