O Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear, da Universidade Federal do Paraná, analisou 28 amostras de álcool em gel e o resultado dos testes apontou grandes irregularidades. A intenção era verificar se os produtos tinham mesmo a quantidade de 70% de álcool, concentração necessária para fins antissépticos e que serve para combater microorganismos.
Das 28 amostras analisadas, 21 não tinham o teor etílico recomendado, representando 75% das amostras com irregularidades. E cinco dessas amostras apresentavam teores abaixo de 40%. Para eliminar o novo coronavírus, o produto precisa ter de 68% a 72% de álcool etílico na fórmula, em geral combinada com água. Menos do que isso, o álcool não é ativo; mais do que isso, o álcool evapora antes de esterilizar superfícies.
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O professor do departamento de Química da Universidade Federal do Paraná, Anderson Barison, acredita que as marcas que enfrentam mais problemas em garantir a qualidade do álcool 70% são as de fabricantes de ocasião, que decidiram atender à demanda pelo produto apenas no início da pandemia. O professor Anderson Barison opina que deve estar havendo erro na fabricação.
Em março, a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publicou uma nova norma com regras mais simples para o registro do produto devido a demanda que cresceu na pandemia. Procurada, a agência não retornou o contato até o fechamento desta reportagem.
Apesar do alto número de produtos com teor abaixo do necessário, as amostras testadas pela Federal do Paraná não são representativas de todo o universo de marcas de álcool em gel, já que o laboratório só analisa os produtos que chegam até ele.
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