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Saneamento

Termo de cooperação para solução hídrica é assinado

Foto: Rafaelly Machado

Unisc, Corsan e governo estadual irão atuar em parceria para implantar o sistema

Um termo de cooperação foi assinado nessa sexta-feira entre governo do Estado, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O objetivo é ampliar um projeto desenvolvido pela universidade para redução do flúor na água de poços artesianos.

A projeção é de que o primeiro sistema coletivo seja instalado no início do próximo ano na localidade de Piquiri, em Cachoeira do Sul. O projeto é assinado pelos doutores Adilson Ben da Costa e Eduardo Alexis Lobo Alcayaga. Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unisc, Costa explicou que a alta taxa de flúor em águas subterrâneas é um problema recorrente entre Tabaí e Mata, exatamente na região cortada pela RSC-287.

O consumo excessivo da substância pode resultar na fluorose dental, uma condição que provoca manchas no esmalte dos dentes e defeitos anatômicos. A Unisc mantém pesquisas na área de recursos hídricos desde 1994. A partir dos estudos, foi projetado um equipamento à base de carvão ativado de osso bovino para filtrar o volume de flúor acima da faixa entre 0,6 e 0,9 partes por milhão/miligrama/litro, considerada ideal.

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O modelo experimental beneficiou oito famílias em 2020, na localidade de São Sebastião, em Restinga Seca. A iniciativa foi premiada na 1ª Mostra de Experiências em Saúde Ambiental e selecionada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Os filtros já foram instalados pela Prefeitura em residências de outras comunidades. O município de Novo Xingu também já conta com alguns kits.

O trabalho desenvolvido pela Unisc despertou o interesse do governo estadual para aplicação em diversos municípios. Com o acordo, o filtro passará a ter uma escala de produção. Secretário-adjunto de Obras e Habitação do Estado, Giovane Wickert foi prefeito de Venâncio Aires. Ele relatou problemas com o abastecimento de água no município e citou o exemplo da localidade de Paredão Pires.

Nas perfurações de poços, a análise sempre apontava volume excessivo de flúor. Com as águas superficiais, o fator negativo era a potabilidade, principalmente nos períodos de estiagem. “O projeto é fundamental para esses casos. É uma solução prática e de baixo custo. As associações formadas para uso do equipamento terão menos de R$ 5,00 agregados no valor da conta”, comentou.

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Secretário estadual de Obras e Habitação, José Luiz Stédile, exaltou a cooperação entre o Poder Público e a universidade. Ele enfatizou que os problemas de saneamento básico são desafiadores no Rio Grande do Sul. “Temos 5 mil loteamentos irregulares no Estado, a maioria deles, sem abastecimento adequado de água.

Temos 70 mil residências sem banheiros, conforme informações enviadas a nós pelas prefeituras. Projetos como esse são uma questão de saúde, assim como o programa ‘Nenhuma Casa Sem Banheiro’. Precisamos dessas ações para ajudar quem mais precisa”, enfatizou.

Como funciona?
O sistema conta com duas bombas para enviar os reagentes de cálcio e fosfato até o reator. Um hidrômetro registra o fluxo de água, que passa pelo filtro principal com carvão ativado e posteriormente por um filtro auxiliar. O painel de controle conta com um software para operar o sistema. A capacidade de tratamento é 5 mil litros por hora.

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Impacto na vida de diversas famílias
Com um modelo viável economicamente após experiências no consumo direto, ou seja, para utilização específica da residência, a expansão do projeto vai proporcionar que a água filtrada, oriunda do poço artesiano, vá diretamente para o reservatório e depois para a rede de abastecimento.
O investimento de um sistema coletivo pode chegar a R$ 500 mil. O custo de perfuração de um poço artesiano pode atingir R$ 100 mil e, conforme a análise, a água pode não ser própria para o consumo humano. Para o diretor comercial e de inovação e relacionamento da Corsan, Jean Carlo Flores Bordin, é inadmissível que as pessoas não tenham acesso a água potável em 2021.
“Com todo o aparato tecnológico que temos, acesso à internet em praticamente todos os recantos, ainda enfrentamos dificuldades básicas como a falta de água potável em determinadas comunidades. Agora temos a condição de modificar a vida de diversas famílias, com uma solução acessível”, destacou.

Vocação para a solução de problemas
Reitora da Unisc, Carmen Lúcia de Lima Helfer salientou a importância da vocação comunitária inserida nas ações da universidade. Segundo ela, diante de problemas básicos a resolver que ainda desafiam a sociedade, a Unisc está pronta para proporcionar soluções e contribuir no desenvolvimento da região.
“A pesquisa está perto de cada um de nós por meio da Unisc. A universidade pode ajudar a comunidade por meio do conhecimento. É um fator que contribui com a melhora na qualidade de vida”, disse. Para Carmen Lúcia, a instituição comprovou a importância dos investimentos em ciência durante a pandemia, ao unir-se aos esforços regionais no combate à Covid-19.
“A Unisc não parou na pandemia. Por meio da ciência, nas mais diversas áreas, auxiliou ao minimizar os efeitos da pandemia na região. O lado positivo da pandemia foi mostrar que podem agir, no curto prazo, para criar soluções, sempre apoiados pelo conhecimento científico”, concluiu.

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