Gostaria de dizer aos que me leem e têm menos de trinta anos que nosso país já foi diferente, muito diferente.
Pai, mãe, avós, tios eram figuras sacrais, de quem nunca se ouviu uma expressão chula.

Quando eu ia a Boa Vista com meus pais, a mesa era um lugar sagrado. Crianças deviam se manter caladas e comer tudo o que era posto no prato. Iniciava-se com uma oração de graças pelo alimento. O primeiro a se servir era meu avô Rudolf Gessinger, depois a avó e após meus tios, pela ordem de idade. De preferência meu avô ficava silencioso e assim se procedia.

Na hora da sesta as crianças tinham que ficar quietinhas.

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Palavrão era algo quase desconhecido. Mas quando uma criança o proferia, levava uns laçaços no traseiro ou na palma das mãos. Nunca levei “tunda” de meus pais. Xingão sim. E castigo de rezar um terço, ajoelhado ao lado do fogão.

Incrível, caros jovens que me leem, havia um respeito total para com os padres, os pastores, professores, as religiosas. Naqueles tempos não era costume proferir palavras bagaceiras, como hoje é quase praxe em muitos círculos.

As autoridades eram muito respeitadas. Não me lembro de nenhum episódio, tanto na infância como na juventude, de menoscabo sistemático às autoridades.

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O que houve com nosso país?

Muitos alegam que somos um país jovem. Não é desculpa.

Desde quando se pensaria num deputado boquirroto, num magistrado sem compostura e numa alta autoridade federal que, ante centenas de pessoas, faz brincadeira de péssimo gosto, referindo-se ao governador do nosso Estado.
Com que influência abjeta jovens aprenderam a desrespeitar os mestres?

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Com que direito sobrenatural alguns caminhoneiros fecham as estradas causando prejuízos? Com que base jurídica o ocupante do Palácio do Planalto deu licença para os caminhoneiros ficarem ainda mais uns “diazinhos” bloqueando estradas?

Pais brigam com filhos; tios com sobrinhos, amizades se desfazem.

Ululam quase todas as redes portando mentiras, fake news, usando dos sofismas da falsa analogia, que encantam os desavisados.

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Experimente na Tunísia bancar o espaçoso.

Tente, ao desembarcar no aeroporto de Catar, ser ruidoso.

Discuta sem razão com um guarda nos Estados Unidos.

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Entre em altos brados num Tribunal em Londres. Tente algum negócio ilegal com um funcionário público na Alemanha. Atire um lixo no chão numa cidade do Japão.

Temos que melhorar.

Por que Santa Cruz tem tanto progresso e bom nível de vida?

Por causa da educação “lato sensu” falando.

Em síntese: chega de tanta bobagem nas redes sociais. Afaste-se um pouco. Consulte os veículos sérios.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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