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Tempos da reunião dançante

De cara aviso aos caros leitores que esta crônica é voltada para a galera que é jovem há mais tempo, mas todos podem compartilhar da leitura para ver como será o futuro dos mais jovens. Este texto serve para recordar a época de dançar de rostinho colado ou com coreografia copiada de John Travolta nos embalos de sábado à noite. Sim, esse era o clima nas reuniões dançantes em que os guris usavam calça “boca de sino” e as gurias aquele cabelão tipo “As Panteras”.

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Aos sábados sempre faço uma verdadeira devassa nos jornais. E como sou um velho assumido – completo 63 anos em junho – gosto de manusear os informativos em papel. Porque aí posso rabiscar, recortar trechos, guardar textos “supimpas”. Como companheiros, um “chimas” cevado no capricho, caneta e tesoura, numa espécie de “recorte e brinque” de velho. 

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No último final de semana deparei com a crônica de Leandro Karnal  intitulada “Índices de Maturidade”. Recomendo de verdade! A “gurizada medonha” vai gostar. Ele trata de sinais evidentes de que chegamos à velhice. Me vi em muitos trechos que certamente farão o leitor constatar  que também é “jovem há mais tempo”. E talvez não se deu conta.

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Karnal cita que nesta seara da vida estamos mais preocupados com o conforto de um abrigo de moletom que com jeans “slim” descolado, da moda, de grife. É nesta fase da vida que preferimos um bate-papo de boteco ou um churrasco descompromissado ao invés de eventos com “gente de papo cabeça e engomadinha”. Lembram dessa expressão? 

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Outro sinal evidente da passagem do tempo é a lembrança cada vez mais presente de nossos pais nos mais diversos momentos do cotidiano. Eles estão sempre vivos com seus conselhos, exemplos de vida e orientações que repetiram à exaustão para que não sofrêssemos, mas que achávamos ultrapassados, chatos e cansativos. 

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Como nem tudo são flores, o avanço da idade apresenta riscos. A sinceridade talvez seja mais perigosa que sair à noite sozinho ostentando o celular. Afinal, vivemos num mundo que celebra as aparências em detrimento da realidade. Com a experiência de nossos ralos e grisalhos cabelos detectamos enganações, postagens ilusórias e hipocrisia de longe. A vida moderna impõe a nós, guris e gurias mais calejados, freio na língua para não destruir ilusões e amizades acostumadas à ostentação, consumismo e felicidades cultivadas pelas redes sociais.

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Karnal escreve que “há muitas formas de lidar com o terço final da experiência”. Envelhecemos todos os dias e nem sempre é cômodo  conviver com amarguras. Perdoar, verbo pouco conjugado até os 30 anos, se impõe. Temos pouco tempo e energia para gastar remoendo velhos rancores. Bola pra frente. Não somos mais “uma brasa, mora”, mas temos muito a ensinar!

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