Em Porto Alegre, no 10º andar do meu prédio, vi e vivenciei panoramicamente o extraordinário e inigualável temporal de 16 de janeiro e suas consequências catastróficas imediatas e consequentes.
Ocorreu em dezenas de municípios, com a mesma intensidade e consequentes estragos. Inclusive em alguns municípios ainda em recuperação, “machucados” pelas recentes enchentes.
Do meu apartamento vislumbrei uma árvore vizinha, um guapuruvu gigantesco (uns 30 metros de altura), de um tronco enorme, que não resistiu ao vento e caiu estrondosamente, rompendo fios, derrubando cercas e bloqueando a avenida. Na queda destruiu três automóveis estacionados. Desocupados, felizmente. Porém, perda total.
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Cidade orgulhosa de sua cobertura vegetal e de seus passarinhos, nos dias seguintes bastava aos cidadãos – ainda assustados e incrédulos – circular pela cidade e observar milhares de galhos e árvores caídos e quilômetros de fios elétricos rompidos. Ruas e bairros com inúmeras vias interditadas.
Eventos excepcionais e destrutivos em larga escala demandam tempo e paciência para restauração. Notadamente entre comunidades (nós, brasileiros) que não cultivam o hábito da organização e da prevenção!
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Porém, ainda não se contabilizara as primeiras 48 horas de reação e ação das concessionárias e das prefeituras, o “tiroteio” demagógico começou!
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Como se fora um exemplo positivo, alguns relembraram a falida CEEE. Pasmem, a CEEE, com seus bilhões de déficit e outros tantos em ações trabalhistas ao longo das ruinosas administrações. Outros críticos, “de olho” nas futuras disputas eleitorais, não pouparam as autoridades municipais e estaduais.
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Não à toa, “pipocam” os abaixo-assinados requerendo a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para questionar a organização e o desempenho das concessionárias durante e depois da catástrofe.
Mas o que mais impressiona é o poder de sedução do evento. Autoridades judiciais sucumbiram, precipitadamente e em meio às primeiras tarefas de restauro, abrindo procedimentos questionando as empresas e as próprias concessões. Poderiam ter esperado o término do trabalho
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Não se trata de negar o óbvio, principalmente o sofrimento das famílias e seus prejuízos com a falta de energia e água. Lógico, resta evidente que estamos (todos!) atrasadíssimos na compreensão da realidade climática em curso e de suas inerentes consequências catastróficas.
Tematicamente, significa dizer que deveremos investir em educação, informação e prevenção, organização, tanto nas esferas comunitárias quanto nas público-estatais.
Mantidas as proporções entre causa e consequências, e as reações restauradoras imediatamente possíveis, não ousaria criticar intempestivamente as concessionárias e as autoridades!
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