Pelo menos 94 pessoas morreram – entre elas oito crianças -, em Petrópolis, na região Serrana do Rio de Janeiro, após deslizamentos e alagamentos causados pelas fortes chuvas que atingiram a cidade na tarde dessa terça-feira, 15. 377 pessoas estão desabrigadas. Vários pontos do Centro estão bloqueados e as aulas da rede pública foram suspensas. A Prefeitura orienta que os moradores evitem sair de casa, pois ainda há previsão de chuva.
Segundo o órgão, foram contabilizadas 229 ocorrências, das quais 189 são por deslizamentos. Mais de 180 militares trabalham no atendimento à população. Equipes especializadas em busca e salvamento foram enviadas para reforçar o socorro, com apoio de viaturas do tipo 4×4 e botes. Oito ambulâncias extras foram empenhadas para atender a região e outras 10 viaturas do Corpo de Bombeiros do Estado foram enviadas para a cidade na madrugada desta quinta-feira, 17.
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No local conhecido como Morro da Oficina, no Alto da Serra, a Defesa Civil estima que 80 casas tenham sido afetadas. Em outras regiões, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e nas ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga também há registros de ocorrências. Foram mobilizados agentes de diversas secretarias, como de Obras, Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação, além da Companhia Municipal do Desenvolvimento de Petrópolis e CPTrans para atender a população.
Até a última atualização da Defesa Civil, 184 pessoas estavam recebendo suporte da Prefeitura nos pontos de apoio, que foram abertos no Centro, São Sebastião, Vila Felipe, Alto Independência, Bingen, Dr. Thouzete e Chácara Flora. “Orientamos a população que ao sinal de qualquer instabilidade nas áreas em que residem, que procure o ponto de apoio e nos acionem”, destacou o secretário de Defesa Civil, o Tenente Coronel Gil Kempers. Em caso de emergência, a Defesa Civil orientar ligar 199.
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Em uma hora choveu 113 milímetros em Petrópolis – em seis horas, a chuva atingiu 175 milímetros, o equivalente a um mês inteiro. Além de dezenas de pontos de alagamento, o temporal arrastou carros e causou a queda de barreiras. A Rodovia Rio-Petrópolis foi parcialmente interditada na altura do quilômetro 82, nas imediações do terminal rodoviário do Bingen, devido à queda de uma barreira.
A Prefeitura informou ter decretado estado de calamidade pública em virtude das fortes chuvas que afetaram a cidade. “Equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento de vítimas. Além da Defesa Civil, agentes da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis, de Serviços, Segurança e Ordem Pública, de Obras e de demais áreas do governo seguem no suporte às 95 ocorrências registradas até o momento”.
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Segundo a Prefeitura, trechos inundados ou alagados por causa do volume elevado de chuva começaram a ser liberados, facilitando o acesso do socorro por parte dos órgãos competentes, como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. O núcleo de chuva que atuou no município se afastou da cidade no fim dessa terça-feira, mas permanece a previsão de chuva nas próximas horas, com intensidade fraca a moderada.
A maior parte dos deslizamentos foi registrada nas localidades do Quitandinha, Alto da Serra, Castelânea, Centro, Coronel Veiga, Duarte da Silveira, Floresta, Caxambu e Chácara Flora. Houve alagamentos por diversos pontos da cidade – os 11 registrados pela Defesa Civil foram nas regiões do Alto da Serra, Corrêas, Centro e Mosela.
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Em 2011, as fortes chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro deixaram mais de 900 mortos. É considerada a maior tragédia climática da história do Brasil. Em 2001, foram 57 mortos em Petrópolis. Em 2013, houve outra tragédia por causa da chuva, com 33 mortos.
“Situação quase de guerra”, diz governador
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, esteve no Morro da Oficina, em Petrópolis, o local onde houve mais deslizamentos e vítimas e estão concentrados os esforços de resgate. Ele descreveu o cenário como uma “situação quase que de guerra”. Pelo menos 24 pessoas foram resgatadas com vida. “Toda a nossa equipe está mobilizada: Corpo de Bombeiros, secretarias e demais órgãos do estado”, afirmou o governador. “Atuamos no resgate e salvamento de vítimas, desobstruindo estradas, atendendo pessoas que perderam bens, com medicamentos e remoções, entre outras ações”.
O secretário de Estado de Defesa Civil, coronel Leandro Monteiro, falou sobre o trabalho de resgate. “Há uma grande equipe concentrada no Morro da Oficina, onde acreditamos ter o maior número de vítimas ainda soterradas”, disse Monteiro. “Estamos com 400 militares mobilizados e atuando em 44 pontos atingidos pelo temporal. Montamos um hospital de campanha com 10 leitos onde as vítimas recebem o primeiro atendimento”.
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Bolsonaro pede auxílio imediato
O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) “auxílio imediato” às vítimas das chuvas em Petrópolis. “De Moscou, tomei conhecimento sobre a tragédia que se abateu em Petrópolis/RJ. Fiz várias ligações para os Ministros @rogeriosmarinho e Paulo Guedes para auxílio imediato às vítimas, bem como conversei com o @DefesaGovBr General Braga Netto, que me acompanha na Rússia”, publicou no Twitter o presidente, que está em visita oficial à Rússia.
De acordo com Bolsonaro, ele também conversou com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. “Retorno na próxima sexta-feira e, mesmo distante, continuamos empenhados em ajudar ao próximo. Deus conforte aos familiares das vítimas”, finalizou o chefe do Executivo, na mesma rede social.
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