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LA NIÑA

Tempo seca no Estado a partir desta semana; produção de milho pode ser afetada

Foto: Fernando Dias/Seapdr

Com os efeitos do fenômeno La Niña, a primavera 2021 e o início do verão 2021/2022 devem ser de chuva abaixo da média no Rio Grande do Sul. Já a partir desta semana o tempo deve secar no Estado, com dias de calor e queda das temperaturas à noite. A situação exige atenção dos produtores, especialmente do milho, cultura que pode ser a mais afetada.

As projeções constam em boletim do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), órgão vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). “Prognósticos estão mostrando que no mês de novembro a gente deve ter uma tendência de precipitação abaixo da média, com noites mais frias e dias mais quentes – característica bem típica de períodos mais secos”, conta a agrometeorologista Loana Cardoso, coordenadora do Copaaergs. Ela foi entrevistada nessa quarta-feira, 13, no programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9.

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Períodos assim, explica Loana, aumentam a chamada evapotranspiração. “É a perda de água, evaporação de água pelas plantas, pelas culturas, então, principalmente o final de outubro e início de novembro é um período de atenção para os produtores”.

A agrometeorologista ressalta que os efeitos do período seco variam de acordo com a cultura, mas que, neste momento, a principal preocupação é com o milho, pela fase atual da produção. A planta precisa de muita água entre os períodos do florescimento e do preenchimento dos grãos, que podem coincidir, em algumas regiões, com esta época de menor precipitação. A recomendação é que os produtores avaliem viabilidade de medidas de irrigação, por exemplo.

A tendência é que os níveis de chuva normalizem no Rio Grande do Sul entre janeiro e fevereiro. “Principal efeito aqui para o nosso Estado, do La Niña, é a redução dos volumes de chuva, principalmente no período de primavera. A influência do fenômeno não é tão forte no verão”, explica Loana Cardoso.

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Previsões têm cada vez mais exatidão

A coordenadora do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul afirma que os boletins trimestrais do órgão servem, e devem servir, de base para a adoção de políticas públicas. “Os órgãos governamentais devem se basear nestes prognósticos para trabalhar em uma política de irrigação, de incentivo ao armazenamento de água, financiamentos de sistemas de irrigação, principalmente para pequenos e médios produtores”, diz Loana Cardoso.

Além disso, as informações são essenciais para os próprios produtores, diretamente. “A secretaria vem tentando trabalhar, utilizando as informações que o conselho disponibiliza para elaboração dos programas de irrigação, de tentar levar informação e suporte para que os produtores se organizem, tendo essa informação de que pode vir a ter estiagem, tenham, durante período de outono e inverno, feito reserva de água para posterior utilização”, afirma.

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A agrometeorologista avalia que, com o avanço da capacidade dos computadores e o aumento do número de estações meteorológicas abastecendo os modelos, as previsões estão muito mais precisas. “Hoje o acerto na previsão do tempo é acima de 95% nos três a cinco dias e em torno de 70% acima de cinco dias. Esse é um valor muito bom, sendo que é uma previsão e os sistemas atmosféricos são muito variáveis.”

Colaboraram os jornalistas Maria Regina Eichenberg e Leandro Porto

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