Gaspar Silveira Martins, 1130. Suntuoso prédio de mais de 30 milhões de reais. Custo mensal de manutenção de dezenas de milhares de reais. Tudo pago por você, pagador de impostos. Dinheiro gasto por um pais à margem da falência, com as contas públicas deficitárias aos bilhões. Eu que estou louco ou tem alguma insanidade nisto? De onde eu venho, do mundo real, quando não temos dinheiro, não gastamos. E quando temos dinheiro, investimos em coisas realmente importantes. Definitivamente não em templos ao desperdício.
Num mundo cada vez mais informatizado e digital, onde o trabalho presencial é substituído cada vez mais pelo home office (trabalho remoto) e a papelada cede lugar aos arquivos digitais em nuvens, os espaços de trabalho estão cada vez mais enxutos e compartilhados. No mundo privado, preza-se pela eficiência dos recursos pois tem alguém que paga a conta, seja o proprietário, sócios ou acionistas. No público quem paga a conta é somente o contribuinte. Mas quem faz e executa o orçamento parece ignorar este fato.
Milhões de desempregados, economia frágil, fechamento recorde de empresas com previsível queda de arrecadação. Cortes em pesquisas nas universidades, contingenciamento de verbas federais para educação, fechamento das farmácias populares, sucateamento de hospitais federais e congelamento da já vergonhosa remuneração do SUS são alguns dos vários exemplos do por que investir o dinheiro público em obras faraônicas que não trazem benefício real e prático para a população é uma vergonha.
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Mas maior escárnio de todos é o fato de que este templo abriga um órgão federal que tem a função de arrecadar dinheiro. Ou achacar, se levarmos em consideração o retorno que os pagadores de impostos têm. Este órgão é o guardião e mantenedor de um sistema tributário caótico, incompreensível e maluco. Ou seja, gasta-se dinheiro público para resolver problemas criados pelo sistema arrecadatório a fim de arrecadar mais. Despende-se verbas que faltam na saúde e educação para que o contribuinte possa resolver os transtornos que o próprio sistema causa na vida dele. É palhaçada ou não é? E ainda por cima, apesar do gasto milionário, foi anunciado que a delegacia será rebaixada para uma mera agência. Uma agência de luxo.
Serviços públicos devem ser enxutos e eficientes. Sem ostentação. O poder público deveria parar de atrapalhar a vida do cidadão e investir nosso dinheiro em obras que tragam melhorias reais para a população. Automatizar e simplificar processos tributários trariam bem mais benefícios do que um templo federal que manda o contribuinte resolver quase tudo pela internet. Espero que a Prefeitura e a Câmara de Vereadores não vão pelo mesmo caminho de quererem construir templos ao desperdício para chamarem de seus.
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