Um dos tradicionais terreiros de Umbanda e culto às religiões de matriz africana de Santa Cruz do Sul dirigiu-se ao Litoral Norte durante os dias 1º, 2, 3 e 4 de fevereiro, com uma caravana de três ônibus e dezenas de carros para reverenciar a Rainha do Mar, Yemanjá. A 37ª Festa de Yemanjá foi realizada pelo Templo de Umbanda Pai Ogum Beira-Mar e Mãe Oxum no dia 3, pela quinta vez na cidade de Capão da Canoa.
Centenas de fiéis e devotos da deusa dos mares depositaram suas oferendas, como flores e perfumes, cartas com pedidos de proteção à saúde e união familiar – esta última uma das qualidades de Yemanjá, considerada a mãe das famílias segundo os adeptos das religiões de matriz africana e da Umbanda.
Em um andor ornamentado de flores brancas, a imagem de Yemanjá foi conduzida na procissão que se dirigiu à orla marítima para dar início aos rituais de Umbanda. Durante a cerimônia, ocorreu a manifestação das entidades, entre elas entidades falangeiras de Yemanjá, para receber os seus presentes e distribuir seu axé aos participantes através dos passes mediúnicos.
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Após a manifestação das entidades, os momentos de grande importância foram a entrega do bolo para mais de 800 participantes do evento e das oferendas no mar. Pai Antônio de Ogum, babalorixá e sacerdote de Umbanda, ressalta que a cada ano a emoção é maior, as pessoas estão mais fortalecidas na fé e isso faz com que as bênçãos sejam merecimento de cada um.
A programação começou no dia 2 de fevereiro, data dedicada a celebrar Yemanjá. O Templo de Umbanda distribuiu passes a milhares de fiéis que estiveram na imagem de Yemanjá, também em Capão da Canoa, para realizar sua homenagem.
O babalorixá Pai Antônio agradece a todos que colaboraram para o êxito das festividades, à Prefeitura de Capão da Canoa, aos amigos e simpatizantes do templo, pela valiosa ajuda e participação. Ele deseja que Yemanjá abençoe todas as famílias e pede à humanidade que centrem sua fé no grande criador, independentemente de crenças religiosas. Deus é único e ele jamais desampara aqueles que o procuram, trazendo tranquilidade, bons pensamentos, saúde, proteção a todas as famílias e respeito às diferenças, para que nenhum tipo de preconceito ou discriminação exista.
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Pai Antônio de Ogum explica que toda a homenagem é feita respeitando o meio ambiente, onde a força maior dos guias está presente. “Só levamos ao mar materiais biodegradáveis. Papéis, plásticos, espelhos, joias são recolhidos e têm a destinação correta”, informa. Além disso, a ideia é contar com o apoio do poder público ou entidades privadas para levar as oferendas em alto-mar, evitando também que os materiais voltem a beira do mar.
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