As altas temperaturas contribuem para que os morcegos sejam mais facilmente visualizados pela população, uma vez que o calor os estimula a voar e caçar. Conforme o professor Andreas Köhler, do Departamento de Biologia e Farmácia da Unisc, embora nesta época do ano esses animais estejam mais ativos, a população se encontra estável e até reduzindo, uma vez que os espaços para habitação estão mais raros. “Temos levantamento dos últimos dez anos que não mostra real aumento”, explica.
O biólogo ressalta que os morcegos desempenham um papel fundamental para a saúde dos ecossistemas terrestres. “Para se ter uma ideia de sua importância, eles são os maiores reflorestadores naturais do planeta, além de predadores de um vasto número de pragas agrícolas e vetores de doenças”, ressalta. Ele lembra que esses mamíferos são protegidos legalmente e não podem ser sacrificados. “Quem mata viola a lei existente e pode ser processado.”
Para quem se sente incomodado com a presença dos morcegos em casa, Köhler ressalta que há várias alternativas não agressivas para espantar os indesejáveis inquilinos. “Os morcegos não gostam de luminosidade. Por isso, pendurar uma luz perto deles, abaixo do telhado, ou trocar algumas telhas por telhas transparentes já resolve”, exemplifica. Além disso, esclarece que existem empresas especializadas e autorizadas que podem fazer a remoção adequada das colônias.
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Há risco para a saúde?
Em geral, esses mamíferos não oferecem riscos. Porém, há relatos de transferência de vírus e bactérias, mas isso quase somente em morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue de animais e não habitam as cidades. As espécies que moram nos perímetros urbanos podem causar transtornos em função de sua urina e fezes, que são ácidos e têm cheiro forte, podendo causar problemas respiratórios e alérgicos.
Espécies em Santa Cruz do Sul
Levantamento realizado pelos pesquisadores Edson Fiedler de Abreu Júnior e Andreas Köhler demonstra que há 12 espécies de morcegos distribuídas em quatro famílias em Santa Cruz. Elas representam 30% das espécies conhecidas para o Rio Grande do Sul e 75% das 16 conhecidas para a sub-bacia hidrográfica do Pardo. Esses animais se alimentam de frutas, néctar, insetos e pequenos animais – não de sangue.
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