Em Santa Cruz do Sul na quinta-feira para atuar no júri que tratou do chamado Caso Motocross, a advogada criminalista Tatiana Borsa conversou com a Gazeta do Sul sobre outro processo em que trabalha e que gerou repercussão nacional no último mês. Ela faz a defesa do influenciador digital e humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, de 30 anos, acusado de estelionato pela Polícia Civil e Ministério Público (MP).
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Tatiana ressaltou que espera decisão judicial sobre o pedido feito para que seu cliente responda ao processo em liberdade. “Estamos aguardando o resultado de um habeas corpus e também a data para a audiência, que deve sair em breve”, disse ela. A defensora afirmou ainda saber que se trata de um caso midiático, e que está seguindo com cautela no andamento da investigação. “Temos provas e elas vão ser apresentadas no decorrer do processo.”
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Segundo as investigações, em 2022, Nego Di e o sócio Anderson Boneti abriram uma loja online, chamada Tá Di Zueira, que operou entre 18 de março e 26 de julho daquele ano, data em que a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Nego Di e Boneti são acusados de terem lesado pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio da loja virtual, mas que nunca chegaram aos clientes.
As investigações da Polícia Civil e MP apontam que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a Nego Di, em 2022, passou de R$ 5 milhões. Tatiana, que trabalha com a advogada Camila Kersch na defesa do influenciador, já havia se manifestado sobre o caso em primeira mão à Gazeta no dia 29 de julho, quando esteve em Vera Cruz, e disse que a prisão de seu cliente era “extremamente política”.
Santa-cruzense teve prejuízo de R$ 30 mil
A investigação vem sendo acompanhada de perto pela Gazeta do Sul. No dia 31 de julho, a reportagem trouxe o relato do santa-cruzense Júlio Cézar Silveira, de 38 anos. Em abril de 2022, ele adquiriu 23 aparelhos de ar-condicionado, dois iPhones 13 e uma televisão modelo smart, 4K, de 70 polegadas, da marca Samsung, mas jamais recebeu qualquer produto, tendo um prejuízo total de R$ 30,5 mil. Assim como ele, existem outras centenas de vítimas.
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Nego Di foi preso preventivamente no dia 14 de julho, em uma residência de Jurerê Internacional, Florianópolis, Santa Catarina. Ele foi transportado para o Rio Grande do Sul e segue detido na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Mesmo depois de apelo defensivo, em 30 de julho a Justiça negou um primeiro habeas corpus e manteve a prisão após audiência de custódia.
Os motivos seriam o risco de fuga e de o réu continuar cometendo crimes. Boneti foi capturado no dia 22 de julho, em Bombinhas, Santa Catarina, e atualmente também está na Pecan. Ele já responde a um processo na Justiça da Paraíba por estelionato, que teria sido cometido em uma empresa que atuava no ramo de rastreamento veicular. Chegou a ser preso em 2022 por causa disso, mas logo foi solto.
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Também é um dos investigados por ter lesado em 2021 a Metalúrgica Gerdau em R$ 30 milhões, ao burlar o sistema de segurança digital do Banco Santander. O dinheiro desviado teria sido empregado em criptomoedas. A esposa de Nego Di, Gabriela Sousa, também chegou a ser presa, mas em flagrante, por posse ilegal de uma pistola sem registro, no dia 12 de julho, em Jurerê Internacional. Foi solta logo após pagar uma fiança no valor de R$ 14 mil.
Confira o podcast Papo de Polícia com a advogada Tatiana Borsa:
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