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DA TERRA E DA GENTE

Temos o que comemorar

Passou-se um ano de muitas comemorações em nosso meio, como a celebração do Bicentenário de Imigração Alemã no Estado (e País) e 175 anos desta saga em Santa Cruz do Sul e região, com muitas e relevantes celebrações em nosso município e região. E outra passagem histórica importante foi registrada: os 105 anos de fundação da atual Sicredi Vale do Rio Pardo, ou Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimentos do VRP, antiga Caixa Rural União Popular de Santa Cruz.

Os dois fatos têm muito em comum, como mostra o Memorial da Agência Linha Santa Cruz da Sicredi, inaugurado em 14 de dezembro junto com a bela e nova unidade local construída em estilo germânico, no berço da imigração alemã na região, aonde chegaram os primeiros imigrantes em 19 de dezembro de 1849. Como se vê no memorial, cujo conteúdo pude elaborar e pode ser conferido no local que já vira novo ponto turístico, o sistema de cooperativismo de crédito tem origem germânica e continua forte como um dos tantos legados dessa imigração, marcados também pela educação, fé e trabalho, registrados em novo monumento na Praça da Prefeitura, entre outros.

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Aliás, o associativismo típico dos imigrantes e descendentes, pelo qual buscavam reunir esforços para atender às suas necessidades, desde os mutirões para construir habitações, abrir picadas e realizar atividades agrícolas de maior exigência de mão de obra, até soluções de problemas econômicos e de crédito, também está presente na origem da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), que chega a 70 anos em março de 2025. Para resolver, entre outras, a questão de ter um seguro da lavoura, adotaram um sistema mútuo cujo sucesso é cantado aos quatro cantos, não só pelos corais da Afubra, que, por sua vez, também já fazem história (o misto completa 30 anos e o masculino, 15, aliás outra tradição alemã).

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Só por essas datas, já se pode dizer que há muito a comemorar também neste ano em nosso meio. É sempre bom revalorizarmos nossas expressões sociais, econômicas e culturais mais legítimas e autênticas, onde não se pode esquecer a dimensão de preservar a língua alemã, que sofreu em outros períodos, com efeitos que ainda se fazem presentes. Mas no ano que passou e em que se prestou homenagem à memória dos colonizadores da nossa terra, foi possível verificar, apesar das restrições havidas e seu consequente enfraquecimento, a ainda boa resistência desse valor cultural, em particular nas comunidades interioranas, assim como o empenho renovado no seu aprendizado e preservação.

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Para tanto, procurei contribuir com o livro Peter & Lis, lançado no ano passado, pela nossa Editora Gazeta. E, ao falar de publicação, há de se destacar de modo especial o nosso jornal Gazeta do Sul, que já no primeiro mês de 2025 (dia 26 de janeiro) alcança a relevante marca de 80 anos de fundação. É uma história que poucos podem contar, sendo justamente o mais longevo jornal da região e sucessor do periódico alemão “Die Kolonie”, que durou 50 anos (1891-1941, fechado na 2ª Guerra Mundial e Campanha de Nacionalização), ambos representativos de uma sociedade que cultiva a leitura, como mais uma bela tradição dos imigrantes. E neles se incluem os italianos, que também celebram 150 anos de sua vinda.

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Por outro lado, ao se iniciar um novo ano, com o Dia da Confraternização Universal e desejos de muita Paz nas festas de fim de ano, prosseguem os eternos conflitos entre povos e nações, que nada mais são do que o eco dos desentendimentos contínuos entre as pessoas, em que falta aplicar a mensagem trazida pelo Salvador no Natal. Assim, neste momento de tantos votos e apelos, além dos sucessos econômicos e materiais (valendo também, ontem, a Simpatia do Dia dos Reis Magos), está evidente que precisamos todos avançar em nossa condição de filhos de Deus que se entendem, sem a necessidade de brigas, mas buscando fazer prevalecer as únicas armas aceitáveis: o bom senso e o equilíbrio.

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