O Exame Nacional do Ensino Médio 2021 começou nesse domingo, 21, com 90 questões de linguagens e ciências humanas, além da prova de redação, cujo tema foi Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil. Os candidatos tiveram que discorrer sobre o fato de que o Brasil tem aproximadamente 3 milhões de pessoas sem nenhum documento.
A segunda etapa do Enem ocorrerá no próximo domingo, 28, com outras 90 questões de ciências da natureza e matemática. A prova terá duração de cinco horas, das 13h30 às 18h30. Os candidatos devem conferir o local do exame em enem.inep.gov.br/participante.
Quem tiver sintomas ou diagnóstico de Covid-19 e outras doenças infectocontagiosas não deve comparecer. Esses participantes terão de solicitar a reaplicação no Portal do Participante. É preciso anexar documentação que comprove a condição de saúde.
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Além da versão impressa, o Enem digital, feito no computador, também foi aplicado nesse domingo. Ao todo, 3,1 milhões de pessoas se inscreveram para os dois formatos, que são feitos simultaneamente pela primeira vez. A Página do Participante, abrigada no site do Inep, apresentou problemas técnicos nesse domingo, antes da prova.
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O gabarito oficial será publicado no dia 1º de dezembro, no site enem.inep.gov.br. O Enem 2021 terá uma edição extra em janeiro de 2022. A aplicação de um novo exame é resultado da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para reabertura de inscrições após a queda recorde em número de inscritos.
Rosângela e Cléber Limberger são pais de Ismael Limberger, de 17 anos. Ele é estudante da Escola Estadual de Ensino Médio Vera Cruz. Após receber uma oportunidade como jovem aprendiz no Banrisul, Ismael decidiu buscar uma bolsa para cursar Administração.
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No lado de fora no bloco 1 da Unisc, embaixo de uma sombra, ambos torciam pelo sucesso do filho no primeiro dia. “Ele tem facilidade, é muito inteligente”, disse a mãe Rosângela. “A pandemia dificultou um pouco, com o ensino a distância, mas o Ismael é muito esforçado”, completou o pai Cléber.
Desirée Goettems de Almeida conduziu a filha, Alana Goettems de Almeida, de 17 anos, para o local de prova, também na Unisc. A jovem está no segundo ano do Colégio Mauá e faz o Enem como teste. Alana está em dúvida sobre se fará Medicina para seguir na Psiquiatria, ou se vai seguir os passos da mãe, na Psicologia. “Ela é muito dedicada. Não vai a lugar algum sem um livro para ler. Tento não interferir na escolha, mas ela é uma apaixonada pela minha área. Trava longos diálogos comigo”, relatou Desirée.
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Com esse tema na redação, o candidato precisou elaborar o texto abordando as causas e efeitos gerados pela falta de documentos entre tantos brasileiros. Na avaliação de Kauan dos Santos da Rosa, de 18 anos e aluno do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Santa Cruz, o assunto foi desafiador. Ele espera ter ido bem, mas acredita que terá mais tranquilidade para resolver as questões no próximo domingo. “Como é a primeira vez que faço, tem o nervosismo, por ser algo novo. Acho que vou estar mais ambientado na segunda prova”, afirmou o jovem, que pretende conseguir uma bolsa para estudar design gráfico.
A estudante Stefany Hoppe da Rocha, de 18 anos, é aluna do 3º ano na Escola Estadual Pedro Nunes de Oliveira, em Pantano Grande. Ela pretende conseguir uma bolsa para Medicina. Contudo, considerou complicado escrever sobre registro civil na redação.
“Era necessário ter bons argumentos, mas não foi muito fácil escrever. A preparação ficou um pouco prejudicada pelo estudo virtual, mas fiz o que pude”, disse a jovem pantanense, que espera por mais desafios na prova de ciências da natureza e matemática.
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O primeiro dia de aplicação do Enem 2021 digital e impresso teve 26% de abstenção. Do total de 3,1 milhões de candidatos inscritos, cerca de 2,3 milhões compareceram às provas desse domingo, em mais de 1,7 mil municípios. Os números foram divulgados nesta noite pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Considerando apenas o Enem impresso, que concentra a maior parte das inscrições, 3.040.907, as faltas chegaram a 25,5%. O estado com a maior porcentagem de faltas foi o Amazonas, com 40,6%. No Enem digital, 46,1% dos 68.893 inscritos não compareceram ao exame.
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“Acredito que o Enem foi um sucesso”, avaliou o ministro da Educação, Milton Ribeiro, em coletiva de imprensa. Segundo ele, mesmo com número reduzido de inscritos, menor que edições anteriores, a porcentagem de faltas, ainda em período de pandemia, foi baixa e se equipara aos índices de abstenção observados antes da pandemia. “Isso demonstra que, mesmo em pandemia, tivemos uma boa assiduidade”, complementou o presidente do Inep, Danilo Dupas.
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Na edição de 2020, aplicada em janeiro deste ano, o primeiro dia do Enem impresso registrou a abstenção recorde de 51,5%. Já no primeiro dia do Enem digital 2020, 68,1% dos 93 mil candidatos inscritos faltaram às provas.
Segundo o Inep, os dados apresentados são preliminares. Ainda não há um balanço de quantos estudantes tiveram intercorrências de aplicação, como falta de luz. Esses estudantes terão direito a reaplicação da prova, que será nos dias 9 e 16 de janeiro de 2022. O período para pedir a reaplicação é de 29 de novembro a 3 de dezembro.
Os dados da segurança também foram apresentados na pandemia. Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos 27 mandados de prisão. Todos de pessoas que já eram procuradas pela polícia por crimes como tráfico de drogas e estupro de vulnerável, e que fizeram inscrição no exame. Não houve intercorrências nas provas.
Na coletiva, Ribeiro voltou a afirmar que não houve interferência no Enem por parte da atual gestão. “Acho que os senhores que tiveram acesso a perguntas que foram feitas, puderam notar que eventualmente segue o mesmo padrão”, disse. E acrescentou: “Se tivesse interferência, poderia ser que algumas perguntas nem estivessem ali”.
O Enem ocorre em meio a uma série de polêmicas envolvendo a atual gestão do Inep. Na última sexta-feira, 19, às vésperas do exame, a Associação dos Servidores do Inep (Assinep) coletou, organizou e compilou as principais situações enfrentadas pelos funcionários da autarquia, que segundo a organização indicam assédio institucional. Neste mês, 37 servidores pediram exoneração de seus cargos, entre eles estão pessoas ligadas ao Enem. O documento foi entregue a uma série de órgãos e instituições, como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União. O TCU negou o afastamento do presidente da instituição, Danilo Dupas.
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