Ainda que a preocupação com a saúde tenha motivado o período de isolamento, para evitar a contaminação pelo coronavírus, a distância preocupa quem depende de consultas médicas. A telemedicina é o uso da tecnologia de informações e telecomunicações para assistência médica. Dentre as várias medidas de enfrentamento da pandemia e para reduzir a circulação de pessoas nos espaços públicos, o Conselho Federal de Medicina possibilitou a teleconsulta, que permite que a consulta seja feita à distância.
De acordo com a médica da família, mestre em Promoção da Saúde e preceptora do Curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Izadora Moreira, a telemedicina já é uma ferramenta utilizada há um bom tempo nas modalidades de teleducação, teleconsultoria e telediagnóstico, permitidas para uso apenas entre profissionais de saúde. “Com a pandemia de Covid-19 e a orientação de distanciamento social, passou a ser permitido de forma excepcional e temporária, a utilização da modalidade de teleconsulta.” A prática possibilita que o atendimento do médico com o paciente seja feito à distância, através dos meios de comunicação existentes.
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Para a médica, a opção é útil em uma variedade de situações, especialmente durante o período de isolamento. “No formato atual, pode ser aplicada em situações em que uma pessoa não consiga sair de casa e o médico não tenha pronta disponibilidade para atendimento presencial, por exemplo; a avaliação de um exame laboratorial pode ser feita pelo envio de foto dos resultados por mensagem; o ajuste de um medicamento pode ser feito pelo contato telefônico; a cópia de uma receita por ser enviada por e-mail e a orientação de uso de um medicamento inalatório pode ser feita através de uma chamada de vídeo”, explica Izadora.
No enfrentamento ao coronavírus, a modalidade ainda pode ser usada para fornecer informações sobre higiene, proteção pessoal e sinais de gravidade que podem indicar a necessidade de atendimento presencial. Conforme a profissional, existem protocolos internacionais que orientam a abordagem nos atendimentos por telefone ou vídeo-chamadas, guiando os médicos a respeito da coleta de histórico clínico, exame físico e conduta adequados para o formato.
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“Ferramenta vai acrescentar muito”
Um dos profissionais que atende pela modalidade em Santa Cruz do Sul, o médico ortopedista Robert Wagner explica que a prática já é regular em vários países. “A consulta online ainda não estava regulamentada no Brasil, apesar de ser feita na prática pelo WhatsApp, por exemplo. Agora por uma necessidade pela pandemia foi regulamentada. Eu comecei a usar a consulta online para evitar o deslocamento dos clientes sem uma necessidade neste momento”, explica.
No entanto, a consulta online não pode ser feita em todas as situações. “Ainda não temos as ferramentas tecnológicas para isto. Penso que é uma ferramenta muito útil para consulta de paciente já conhecidos, que já tenham feito uma primeira consulta presencial, e a consulta online pode ser feita com mais segurança no acompanhamento deste paciente.” Na modalidade, médico e paciente combinam um horário prévio e realizam uma chamada de vídeo através de um aplicativo. A plataforma permite que o médico solicite exames e envie receitas, e a consulta fica registrada como documento médico e o profissional pode ser remunerado.
Robert que atende pela Unimed na plataforma, explica que a empresa é a primeira cooperativa de saúde a usar esta ferramenta. “Lógico que vão surgindo algumas situações onde não pode faltar a consulta tradicional presencial, mas é uma ferramenta que vai acrescentar muito”, afirma o médico.
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