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Telefones móveis e fixos entram ano sem funcionar

Usuários de telefonia móvel e fixa das operadoras Claro, Vivo e Oi enfrentam problemas com suas linhas desde o primeiro dia útil de 2019. Serviços de dados – para navegação na internet – e de voz – utilizados para ligações – tiveram oscilações em Santa Cruz do Sul. Falhas operacionais e furto de cabos são as explicações das empresas para o início de ano sem sinal.

Na casa da professora aposentada Júlia Rejane de Souza, moradora do Centro de Santa Cruz, à noite, quando o programa é assistir séries e filmes da internet, o sinal da Vivo cai e o televisor fica fora do ar. “Na verdade, ao longo do dia ocorre perda de sinal também, mas o maior problema é sempre à noite”, revela.

Júlia diz ainda que utiliza telefone celular da operadora Claro e que, no perímetro urbano de Santa Cruz, a linha está sempre em funcionamento. “Houve uma época que eu ia para Monte Alverne, no interior; lá o telefone ficava fora”, destaca. Além da queixa da professora, há registros de problemas com sinal de telefone nos bairros Centro, Margarida, Arroio Grande e Ana Nery.

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O promotor de Justiça da Promotoria de Defesa Comunitária de Santa Cruz, Érico Barin, explica que o estudo da qualidade dos serviços de telefonia, iniciado por sua equipe em setembro do ano passado, ainda está em andamento. A proposta do MP é testar se o que é anunciado pelas empresas é entregues ao consumidor de forma adequada. “Na área do consumo é a nossa atuação mais complexa, pois é muito difícil fazer a comprovação da qualidade dos serviços de telefonia”, destaca.

Segundo Barin, existem indícios dos próprios consumidores, que atestam a falta de qualidade, mas a situação é negada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgão responsável por monitorar a atuação das empresas. “O paradoxo entre a realidade e o sistema de controle, que parece atestar algo fictício, é muito difícil de ser comprovado”, diz Barin.

Conforme o promotor, a investigação dos serviços deverá seguir durante o ano de 2019, até que se tenha condições de acionar as empresas que não cumprem o que está previsto. “Talvez venha a ser necessária uma ação civil pública contra as operadoras. Estamos empenhados no enfrentamento deste problema.”

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O comerciante Uga Caroso da Silveira, do Bairro Renascença, em Santa Cruz, conta que a linha de telefone fixo da Oi instalada em seu comércio, na Rua Oscar Hugo Martin, está muda desde o fim do ano passado. “O telefone está sempre mudo. Quando tentei ligar de um celular, caiu na casa de um vizinho. Muita gente do bairro reclama do serviço da Oi”, destaca o empresário. Conforme Cardoso, técnicos da companhia compareceram, mas não conseguiram resolver o problema. “Não há condições, a única alternativa é cancelar.”

Registro no Procon
Uma das medidas que deve auxiliar na fiscalização do MP, no que se refere ao problema da telefonia móvel e do serviço de dados em Santa Cruz, é o registro de reclamação. No caso do município, ela deve ser feita junto ao escritório do Procon. O promotor diz que quanto mais registros de reclamações forem realizados, mais provas o órgão terá para exigir a prestação adequada dos serviços de telefonia no município.

O escritório do Procon fica no pavilhão central do Parque da Oktoberfest e funciona de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 14 horas. O telefone é o 3711 4548. Também é possível registrar a inconformidade via internet, no site do órgão, que fica hospedado no portal da Prefeitura de Santa Cruz.

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Contraponto
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Vivo informou que alguns clientes que residem em Santa Cruz do Sul podem ter enfrentado dificuldades para utilizar os serviços de voz e dados da operadora desde a tarde de 2 de janeiro, em razão de falha em equipamento de transmissão em uma das torres do município. Segundo a empresa, equipes técnicas foram mobilizadas no conserto e os serviços já foram normalizados.

A Claro disse, por meio de um comunicado, que está operando normalmente em Santa Cruz do Sul. A operadora esclarece que alguns clientes podem ter percebido certa instabilidade de sinal no município, no que a companhia chama de “uma inconsistência pontual”, que já estaria solucionada. A falha teria ocorrido nos primeiros dias de 2019. O texto encaminhado à Gazeta do Sul destaca que a empresa reforça o compromisso de continuar trabalhando para oferecer sempre a melhor experiência aos seus clientes.

A Oi informou que a interrupção dos serviços de telefonia fixa no Bairro Renascença foi causada pelo roubo dos cabos aéreos pelos quais passa o tráfego telefônico. Segundo a empresa, os técnicos trabalham para substituir o que foi roubado. No fim da semana passada, o serviço havia sido concluído no bairro, disse a operadora.

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Ela ainda destaca que o furto de cabos é uma preocupação constante da Oi, pois provoca a interrupção de seus serviços, trazendo grandes prejuízos para a população. A companhia informa que adota medidas preventivas e conta com a colaboração das autoridades policiais para coibir a ação dos vândalos. A população também pode dar uma contribuição valiosa, entrando em contato pelo telefone 0800 28253. A pessoa não precisa se identificar.

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