Predominante no Vale do Rio Pardo, a cultura do tabaco é conhecida como uma das que mais contribuíram para a divulgação de tecnologias voltadas à qualidade do produto e também por práticas voltadas ao meio ambiente e sustentabilidade. Graças a isso, nos últimos tempos houve uma verdadeira revolução na atividade, com emprego de novos equipamentos e sistemas de manejo capazes de minimizar os impactos no solo destinado à agricultura.
Embora as iniciativas de caráter conservacionista já sejam de certo modo conhecidas há tempos, especialmente nas duas últimas décadas foram verificados grandes avanços diante da comprovação dos benefícios que elas são capazes de proporcionar. Entre os modelos que mais se popularizaram na região produtora de tabaco está o plantio direto na palha, sistema considerado um dos mais eficientes na proteção do solo. Ele consiste em realizar intervenções mínimas na área, que recebe cobertura com palha – geralmente de aveia, milheto, centeio ou milho.
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Dessa forma, ao mesmo tempo em que a camada superficial fica protegida, há maior concentração de umidade e nutrientes na área cultivada. O resultado desse manejo é aumento na produtividade e redução nos danos causados pela erosão decorrente da chuva. Além disso, o manejo se torna mais prático, enquanto a aplicação de fertilizantes também tende a ser reduzida. Para os produtores rurais, recomendações assim são repassadas constantemente por meio de atividades técnicas realizadas a partir dos orientadores agrícolas das fumageiras.
A maior conscientização dos produtores em torno do solo foi medida a partir de um acompanhamento feito pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), que tem monitorado a adoção das técnicas conservacionistas. “Nos últimos anos tem crescido o número de adeptos às práticas do cultivo mínimo e plantio direto. Mesmo aqueles produtores que continuam utilizando o sistema convencional de preparo do solo adotam outras práticas conservacionistas, como terraceamento, cultivos de cobertura e plantio em nível, que funcionam como mecanismo de proteção em relação ao escoamento das águas das chuvas, reduzindo a sua velocidade e seu potencial erosivo. Acredito que podemos esperar que essa curva continue crescendo, no sentido da preservação ambiental”, ressalta o presidente da entidade, Iro Schünke.
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Uma prova dessa evolução são os levantamentos realizados pelo Sinditabaco. Em 2007, por exemplo, o sistema convencional de plantio estava presente em 83% das propriedades, enquanto o cultivo mínimo ocupava 17% dessas áreas. Uma década mais tarde, os indicadores apontavam uma inversão nesse quadro. Na apuração feita durante a safra de 2018, o sistema convencional aparecia em 35% das lavouras de tabaco, enquanto o cultivo mínimo havia saltado para 65%, de acordo com o gráfico acima.
Dia de Conservação do Solo é celebrado nesta quarta
É celebrado nesta quarta-feira, 15, o Dia Nacional da Conservação do Solo. A data foi instituída em homenagem ao nascimento do americano Hugh Hammond Bennett (15/04/1881 – 07/07/1960), considerado o pai da conservação dos solos nos Estados Unidos e o primeiro responsável pelo Serviço de Conservação de Solos daquele país.
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No Brasil, a data foi criada por meio da lei 7.876 em 13 de novembro de 1989, por iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o objetivo de aprofundar os debates sobre a importância do solo como fator básico da produção agropecuária e a necessidade de seu uso e manejo sustentáveis.
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