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Teatro do absurdo

O teatro do absurdo se esforça por expressar o sentido do sem sentido da condição humana, e a inadequação da abordagem racional, através do abandono dos instrumentos racionais e do pensamento discursivo. Essa definição cunhada por Martin Esslin, sob influência da filosofia do absurdo de Albert Camus, se aplica com exatidão ao que temos observado nestas décadas sombrias de populismo e retrocesso intelectual.

Este teatro tem como palco diversas áreas do contexto político e social, mas no Brasil é tão forte que o absurdo tentar invadir até as ciências e a economia, com ideologias mágicas e fantásticas em detrimento da razão e da lógica. Trago aqui alguns exemplos que considero interessantes para demonstrar que o absurdo se tornou o normal. E isso é muito grave.

O Estado nada produz. Ele é sustentado pelos impostos do contribuinte. Logo, ele deveria ser o mais enxuto possível, visando regular e se ater às prioridades que são educação, saúde, segurança e infraestrutura, correto? Não no Brasil. Aqui, o Estado do absurdo vai na contramão desses princípios. Ele é caro, inchado, ineficiente, lento, paternalista e centralizador, levando a sociedade brasileira à estagnação e ao acomodamento. No absurdo, produzir e lucrar é penalizado. Ter e manter privilégios disfarçados de direitos é o que todos querem. “Que se dane a matemática! Não me interessa de onde vem o dinheiro. Eu quero meus direitos!”, brada o ator social em mais um ato desta peça absurda.

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A previdência social é insustentável como está, mas várias categorias se consideram especiais para obter algum tipo de tratamento diferenciado, a começar pelos políticos de carreira. Seria tão assombroso se todos fossem tratados iguais? Na lógica do absurdo, sim. Assim como falar em privatização. Prejuízos bilionários são pagos pelo contribuintes e querem que tenhamos orgulho de ser trouxas.

Na educação do absurdo, discute-se doutrinação política, identidade de gênero e sexualidade, como se alguma dessas coisas fosse importante para pessoas que saem da escola analfabetas funcionais, com noções rudimentares de matemática e ciências. Esse desvio de função cobra o preço de alienar e estagnar as pessoas na miséria.

O teatro do absurdo também prega suas peças na medicina. Há o conto mágico da fosfoamina, que os gênios da medicina moderna que atuam como deputados queriam que o contribuinte pagasse “gratuitamente” para os pacientes com câncer. Agora temos a estreia das terapias alternativas pelo SUS. Limpeza de aura, manipulação de chakras e uso de luzinhas coloridas vão cuidar da saúde da plateia do teatro do absurdo, onde faltam medicamentos, luvas e itens básicos.

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O desarmamento é mais uma forma teatral do absurdo. E a plateia paga com a vida. Mas quem se importa? Os políticos de esquerda só não contavam que os bandidos não iriam participar. Na lógica do absurdo, o bandido tem engajamento social e vai assaltar e matar menos se tiver certeza de que a vítima está desarmada.

Como podemos ver, no teatro do absurdo, vale tudo. Até quando você vai continuar pagando esse ingresso? Em 2018 teremos a oportunidade de começar a sair desse absurdo. Não vote nos mesmos atores. Lembre-se que sem plateia não há espetáculo.

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