Vou retomar um assunto que já abordei neste espaço. Sinto-me desafiado a fazer alguma coisa para ajudar a contornar um imbróglio que se armou em Santa Cruz do Sul. Não é possível que continue sem perspectiva de um desfecho a duvidosa e questionável ampliação do calçadão da Rua Marechal Floriano. Aliás, a bem da verdade, um projeto que não é do atual governo municipal, que herdou a proposta da administração anterior.
Mas como admitir que essa obra se arraste indefinidamente? Milhares de pessoas ficam ziguezagueando pelo centro à procura de uma saída e, pior, sem orientação alguma das autoridades de trânsito.
Vou ilustrar: na semana que passou estive no lado sul da cidade. Fui em direção ao Centro pela Rua Carlos Trein Filho e subi pela Rua Borges de Medeiros. Incrivelmente, na esquina com a Rua Tenente Coronel Brito, havia uma barreira que remetia o trânsito de volta até, pelo menos, o cruzamento com a Júlio de Castilhos.
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Cronometrei: foram quase 20 minutos para atravessar a Marechal Floriano e a Marechal Deodoro em direção a uma Thomaz Flores igualmente congestionada porque tem que absorver todo o trânsito da rua principal, interrompida por uma obra que sequer tem projeção para acabar.
Não pode continuar assim.
Proponho que as autoridades municipais pensem em organizar um mutirão, com servidores municipais que atuam em obras públicas e até com voluntários, devidamente remunerados, para dar um desfecho a esta obra do calçadão. Antes que chegue o inverno e, com ele, as desculpas de interferência do clima.
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A cidade de Santa Cruz do Sul foi pensada e planejada, muitos anos atrás, com um traçado visionário que contempla a mobilidade, cruzamentos simétricos, ruas largas, passeios públicos privilegiados para os pedestres. Por que nos engavetamos agora?
As obras de melhorias, inclusive a ampliação do calçadão, são bem-vindas. Afinal, o cenário mudou: temos milhares de pessoas e carros disputando espaço no Centro todos os dias. Mas tem que haver uma estrutura de apoio, de suporte ao cidadão, que se vê engessado, porque não se percebe logística que sustente uma intervenção tão radical no trânsito da cidade.
Há meses todo o tráfego da Marechal Floriano desemboca ou na Rua 28 de Setembro, à esquerda, ou na rua Borges de Medeiros, à direita. E, por consequência, na Thomaz Flores, já por demais sobrecarregada pelo movimento intenso de veículos.
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Ninguém pensou nisso? Por que não são criadas rotas alternativas, temporárias, até que o fluxo se restabeleça no centro? Seria absurdo inverter o sentido do trânsito, em uma pista, mediante sinalização com cones e orientação de fiscais, em ruas como a Tenente Coronel Brito e a Marechal Deodoro, entre a Borges de Medeiros e a Galvão Costa?
Se não se pensar nas pessoas – nas suas necessidades, seus compromissos – imagino o tamanho do transtorno quando acontecer a construção do tão esperado viaduto no entroncamento da Avenida Euclydes Kliemann com a Castelo Branco, no acesso ao Arroio Grande.
Mais uma vez: grandes obras são necessárias e bem-vindas. Mas têm que vir acompanhadas de planejamento para que o cidadão não fique à deriva em meio aos seus compromissos e direitos básicos de ir e vir.
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