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Tarifa de água em Santa Cruz é uma das mais caras do País

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Além de conviver com sucessivas crises no abastecimento, os santa-cruzenses ainda estão submetidos a uma tarifa de consumo de água mais alta do que na maioria dos municípios do Brasil. É o que aponta um estudo divulgado pela Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), segundo o qual o preço praticado em Santa Cruz é o quarto mais alto do País.

O levantamento foi realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia e Gestão Estratégica de Negócios, de São Paulo, que mantém um banco de dados com as tarifas praticadas em 4.187 municípios brasileiros.

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A pesquisa, feita com base nos sites oficiais e em contatos diretos com as companhias de saneamento, considera a tarifa básica aplicada para imóveis residenciais – que, no caso de Santa Cruz, é de R$ 82,84 a cada 10 metros cúbicos de água consumidos. A média mensal de consumo no município, porém, é de nove metros cúbicos, o que hoje gera uma conta de cerca de R$ 75,00 (sem contar a taxa de esgoto).

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Segundo o estudo, esse valor só não é mais alto do que o praticado pela companhia Prolagos, que atende municípios do Rio de Janeiro, e pela própria Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em municípios da região do Vale do Sinos.

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Santa Cruz, no entanto, tem tarifa maior do que outras 303 localidades que também são atendidas pela Corsan no Estado. Ela também é mais alta do que a de cidades que mantêm serviços municipalizados (como Novo Hamburgo, também no Vale do Sinos) e cidades atendidas por empresas privadas (como Uruguaiana, na Fronteira Oeste). Na prática, apenas 18 municípios em todo o Brasil mantêm taxas mais caras do que Santa Cruz.

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A Corsan distribui água para 56,2 mil endereços em Santa Cruz do Sul. Apenas em outubro, a arrecadação no município foi de R$ 4,7 milhões, incluindo o tratamento de esgoto. O último reajuste aconteceu em agosto, quando a conta de água subiu 7,48%. À época, porém, a Corsan brigava por um aumento bem maior (39,59%), mas foi barrada pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados (Agerst).

Nessa terça-feira, o Ministério Público deu à Corsan um prazo de 45 dias para apresentar um plano de ação com vistas a reduzir os problemas graves de abastecimento em Santa Cruz, que vêm se repetindo nos últimos anos. Não estão descartadas a assinatura de um termo de ajustamento de conduta (TAC) e até uma ação contra a estatal.

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AS DEZ TARIFAS MAIS CARAS DO BRASIL

Companhia | Município | Tarifa*
1) Prolagos (privado) | 4 municípios do RJ | R$ 94,90
2) Prolagos (privado) | Arraial do Cabo (RJ) | R$ 87,30
3) Corsan (estadual) | 13 municípios do RS | R$ 83,31
4) Corsan (estadual) | Santa Cruz do Sul (RS) | R$ 82,84
5) Corsan (estadual) | 302 municípios do RS | R$ 82,70
6) Corsan (estadual) | Erechim (RS) | R$ 80,19
7) Comusa (municipal) | Novo Hamburgo (RS) | R$ 76,34
8) Águas de Juturnaíba (privado) | 3 municípios do RJ | R$ 68,20
9) DAE Americana (municipal) | Americana (SP) | R$ 67,16
10) BRK Ambiental (privado) | Uruguaiana (RS) | R$ 61,00

*Refere-se ao valor cobrado na categoria residencial por 10 metros cúbicos.

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Como a Corsan opera em regime de subsídio cruzado – os municípios com arrecadação maior sustentam os de arrecadação menor –, isso impacta sobre as bases tarifárias. Santa Cruz, por outro lado, é o único município regulado pela Agergs.

A empresa alegou ainda que, diferentemente das demais companhias brasileiras, adota a tarifa de consumo composta. Isso significa que os usuários pagam conforme o volume que consumirem – ao contrário do regime de tarifa por demanda mínima, em que o usuário paga por determinada quantidade de metros cúbicos, mesmo que ele não venha a consumir.

“Por fim, cumpre registrar que, diferentemente das outras estatais, a Corsan não detém a concessão na capital, nem em outros municípios populosos e com alto nível de verticalização, como Caxias do Sul, Pelotas e Novo Hamburgo. Esses 2,5 milhões de habitantes, se fossem acrescidos aos 6 milhões de usuários da companhia, ensejariam significativo ganho de escala econômico-financeira, refletindo-se no custo para o cliente”, afirma o texto.

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