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ContraPonto

Tabaco e a teoria da conspiração

O assunto Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco deve ter completado uns 20 anos desde que surgiram as primeiras discussões na Organização Mundial da Saúde (OMS).

Sob influência de inúmeras ONGs internacionais e, oficialmente, a pretexto de salvaguardar a saúde da população, o assunto coincide com uma série de restrições sociais à utilização do tabaco.

Embora a restrição ao tabaco tenha tido uma acolhida positiva na sociedade, principalmente nas áreas de medicina e de financiamento público da saúde, o mesmo não aconteceu com os respectivos produtores. E a própria indústria fumageira, salvo melhor juízo.

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Estabelecida a reação do setor produtivo e comercial, surgiram as propostas de alternativas e salvaguardas, a exemplo de garantias necessárias para a reversão da cultura e o respectivo financiamento. 

Com o transbordamento do debate, também apareceram os argumentos contrários à convenção, como o contrabando de cigarros, o desemprego em massa, a decadência socioeconômica e a queda na arrecadação tributária.

Tenho acompanhado as discussões e os argumentos das partes. Porém, mantenho algumas dúvidas e curiosidades. Vejamos. 

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O fim da cultura do tabaco brasileiro causará o fim do hábito de fumar? A temática saúde não será um subterfúgio argumentativo?

O fim do plantio e produção de tabaco vai gerar abundante contrabando? Há empresas fumageiras com responsabilidade tocante à sobrevivência do contrabando?

A histórica reivindicação de melhor remuneração aos produtores explica omissões na defesa da cultura? É claro e forte o desejo das fumageiras em permanecer no Brasil?

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Ao defender a não ratificação da convenção ao mesmo tempo em que deseja participar do comitê governamental, a representação dos produtores não é contraditória e fragiliza sua ação?

Dificuldade de substituição de cultura e desemprego em massa não são argumentos frágeis, na suposição de que as razões da Convenção-Quadro são obscuras e, talvez, inconfessáveis? Por que o Brasil deveria deixar de produzir tabaco se há demanda internacional? Por que o governo brasileiro assinou convenção patrocinada por ONGs (e governos) de fora? Quem são essas ONGs e quem as patrocina?

Custos operacionais cada vez maiores e os respectivos lucros menores, e agricultores querendo melhor fatia no produto, não são razões suficientes para empresas mudarem de ares? Além de grandes consumidores de cigarros, China e Índia não têm insumos e mão de obra mais baratos e vantagens competitivas? 

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Perguntas simples para respostas complexas?

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