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Tabaco ajuda a amenizar recuo nas exportações gaúchas

As exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 11,8 bilhões em 2019, uma queda de 3,1% quando comparado com o ano anterior. Dos cinco principais setores exportadores do segmento no Rio Grande do Sul, quatro apresentaram altas significativas, dentre eles o de produtos florestais (aumento de US$ 487,8 milhões; +46,4%), carnes (US$ 437,3 milhões; +35,1%) e tabaco (US$ 216,7 milhões; +13,9%). O destaque negativo ficou com o complexo soja, principal item da pauta de vendas externas do Estado, que registrou queda de US$ 1,5 bilhão, uma redução de 23,3% em relação a 2018.

Os dados fazem parte do estudo Indicadores do Agronegócio do RS: exportações e emprego formal em 2019, divulgado na manhã desta quinta-feira, 6, pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado. Elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag), o documento indica uma redução, em números absolutos, de US$ 384 milhões nos valores exportados pelo Estado. Em grande parte, isso é uma consequência da baixa nas compras da China (menos US$ 534 milhões; -9%).

A retomada parcial das vendas da soja dos Estados Unidos ao país asiático em 2019 e a ocorrência da peste suína africana, que reduziu a demanda chinesa pela oleaginosa, são os principais fatores apontados para a queda no comércio com o Estado. “Em 2018 tivemos condições atípicas de comercialização, com um conjunto de fatores, como a guerra tarifária entre Estados Unidos e China e a seca na Argentina, que elevaram a demanda pela soja brasileira. No ano passado, houve uma maior oferta mundial do produto, o que impactou nas vendas do Rio Grande do Sul”, explica o analista pesquisador Sergio Leusin Júnior, do DEE, um dos responsáveis pelo estudo.

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Se com a soja o movimento foi de queda, os setores de tabaco, carnes, produtos florestais e de cereais, farinhas e preparações tiveram incremento expressivo nas vendas. Entre as proteínas animais, as exportações de carne de frango (+46,3%) e suína (+51,9%) lideraram o crescimento no valor comercializado, puxado pela China. A demanda chinesa explica também o aumento no volume embarcado no setor de tabaco, que manteve o segundo posto no ranking de exportações por segmento do agronegócio, considerando o valor gerado com vendas, atrás apenas da soja. Nos produtos florestais, o destaque foi o comércio de celulose, com elevação geral de 60,1% em valor.

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China domina lista dos compradores
Considerando os destinos das exportações, a China segue dominante na lista dos países compradores. O gigante asiático foi o principal parceiro do Rio Grande do Sul, responsável por 45,4% do valor total comercializado. União Europeia (14,6%), Estados Unidos (4,6%), Arábia Saudita (2,8%), Coreia do Sul (2,3%) e Irã (1,8%) completam o ranking dos principais destinos. A queda nas vendas de máquinas e implementos agrícolas foi a principal causa para a redução no comércio com a Argentina (menos US$ 111,3 milhões; -36,4%), a segunda maior queda em valores absolutos no ano, atrás apenas da União Europeia (menos US$ 154,9 milhões; -8,2%).

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Para este ano, o estudo do DEE/Seplag indica que a retomada das compras da soja norte-americana pelos chineses, combinada com a possibilidade de redução na produção gaúcha da oleaginosa em razão da estiagem, pode apontar para uma diminuição na demanda e nos preços de comercialização do produto.

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