Um dos suspeitos de envolvimento em fraudes de licitação para a compra de merenda escolar, Marcel Ferreira Júlio, que era considerado foragido, apresentou-se na Delegacia Seccional de Bebedouro, no interior paulista. Ele é filho do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) Leonel Júlio, preso com mais seis pessoas, na última terça-feira, 29, na segunda fase da Operação Alba Branca.
Expedidos pela 3ª Vara Judicial de Bebedouro, os mandados de prisões temporárias e de busca e apreensão em casas e empresas de pessoas suspeitas de ligação com o esquema de fraude na compra de merenda escolar envolvendo a Cooperativa Agrícola e Familiar de Bebedouro foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Campinas, Barretos, Bebedouro e Severínia.
Nessa etapa, além de Leonel Júlio e do filho que se apresentou nessa quinta-feira, 31, foram presos como suspeitos: Sebastião Elias Misiara Mokdici (atual presidente da União dos Vereadores de São Paulo); Emerson Girardi (vendedor da Cooperativa Agrícola e Familiar em Bebedouro); Aluísio Girardi Cardoso (suposto lobista com atuação em órgãos públicos); Joaquim Geraldo Pereira da Silva (suposto lobista que intermediava contatos da cooperativa com agentes públicos); Carlos Eduardo da Silva (sócio-diretor da cooperativa agrícola e funcionário público da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado) e Luiz Carlos da Silva Santos (vendedor da Cooperativa Agrícola e Familiar em Bebedouro).
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Também foram apreendidos em casa ou empresas de suspeitos documentos e outros recursos a serem avaliados como provas. O delegado José Eduardo Vasconcelos, encarregado do caso, está tomando o depoimento dos presos desde o início da manhã desta sexta-feira, 1º. Os suspeitos estão sujeitos a responder pelos crimes de organização criminosa, fraudes em procedimentos públicos, falsidade ideológica e de documentos, além de corrupção ativa e passiva e prevaricação.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, as fraudes nas contratações, feitas entre 2013 e 2015, somam R$ 7 milhões, sendo R$ 700 mil destinados ao pagamento de propina e comissões ilícitas.
As investigações identificaram irregularidades em 20 municípios: Americana, Araras, Assis, Bauru, Caieiras, Campinas, Colômbia, Cotia, Mairinque, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Novaes, Paraíso, Paulínia, Pitangueiras, Ribeirão Pires, São Bernardo do Campo, Santa Rosa de Viterbo, Santos e Valinhos.
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A Cooperativa Agrícola e Familiar é suspeita de fraudar a modalidade de compra chamada pública, que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. Para isso, foram cadastrados mil pequenos produtores, mas apenas 30 ou 40 faziam os negócios. Havia também operações com grandes produtores e na central de abastecimento do estado.