Uma adolescente seguia o caminho para a escola na manhã dessa terça-feira, no Bairro Boa Vista, em Vera Cruz, quando um estranho lhe perguntou as horas. Ela disse que não sabia e seguiu caminhando. Segundos depois, o homem a abordou com uma faca e ordenou que continuasse caminhando, sob ameaça de morte. A menina de 15 anos foi coagida a andar até um matagal, onde foi golpeada na cabeça com um pedaço de madeira e estuprada enquanto estava inconsciente. Os momentos de pavor, relatados à Brigada Militar e à Polícia Civil pela vítima, levaram os policiais a um suspeito. O homem, de 22 anos, deve se apresentar nesta quinta-feira, 22, no Departamento Médico Legal (DML) de Santa Cruz do Sul para a coleta de material genético.
A Polícia Civil tem praticamente certeza da autoria do crime. Conforme o delegado Paulo Schirrmann, o suspeito também é conhecido por conta de uma extensa ficha criminal. “Ele já foi preso por diversos crimes, mas nunca havia sido acusado de estupro. É um arrombador, principalmente de residências, furta coisas pequenas, televisões, provavelmente para comprar entorpecentes, já que é usuário de drogas”, detalhou.
Na tarde dessa quarta-feira, o suspeito chegou a ser detido pela Brigada Militar após uma denúncia de que estaria destruindo os móveis da casa da própria mãe. A reportagem da Gazeta do Sul estava na DP de Vera Cruz e acompanhou a chegada do suspeito, que aparentava estar muito alterado. Como a mulher não quis registrar ocorrência contra o filho, não houve como realizar a prisão em flagrante por conta dos estragos e, enquanto não há um mandado contra ele pelo estupro, também não há como mantê-lo preso.
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Mas o delegado Schirrmann aproveitou a ocasião para questionar o jovem sobre as acusações de estupro. O suspeito negou o crime e se prontificou a ceder sangue para o exame de DNA. A coleta está programada para esta quinta-feira. “Seguimos investigando o caso e assim que tivermos indícios suficientes, vamos encaminhar os procedimentos necessários para uma prisão cautelar”, ressaltou o delegado.
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O caso
Segundo informações da Polícia Civil, a adolescente de 15 anos seguia para a escola na manhã dessa terça-feira quando foi atacada. Após ser levada para um matagal sob ameaça de morte, o criminoso teria lhe dado um golpe na cabeça com um pedaço de madeira. Enquanto a jovem estava inconsciente, o homem a estuprou. Horas depois, já na metade da manhã, a jovem acordou em meio ao mato, amarrada, vestindo apenas o sutiã.
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Conforme o delegado Paulo Schirrmann, as roupas da adolescente não foram localizadas. Os outros pertences da vítima não foram levados. Ao recobrar a consciência, a jovem pediu ajuda a trabalhadores em uma obra próxima ao local. Eles acionaram a Brigada Militar e a menina foi encaminhada para atendimento médico, onde foi constatado o estupro. Além de um fluído semelhante a sêmen, que foi encaminhado para perícia, a jovem também tinha ferimentos e arranhões pelo corpo. “O laudo médico vai poder detalhar o que aconteceu”, comentou Schirrmann.
“Não há necessidade de temor”
A notícia do ataque à adolescente alarmou a comunidade vera-cruzense ontem. De acordo com o delegado Paulo Schirrmann, contudo, trata-se de um caso isolado. “O estupro em si, infelizmente, não é um crime incomum, mas costuma partir geralmente de pessoas que possuem laços com a vítima. Este perfil de estuprador que escolhe uma vítima aleatória é muito raro. Se formos olhar as estatísticas veremos que foram no máximo mais um ou dois casos no município”, comentou. Ainda segundo o delegado, não há motivo para preocupação. “Não há necessidade de temor, mas também não quer dizer que não é preciso ter cuidado”, afirmou.
De acordo com o sargento Diogo, da Brigada Militar de Vera Cruz, qualquer situação suspeita deve ser informada à polícia. Além do 190, a BM do município conta com um número direto, que pode ser acionado pela população: (51) 99990 3051. Crianças e jovens que vão sozinhos para a escola devem tomar alguns cuidados, segundo o PM. “Não devem deixar nenhum estranho se aproximar; evitar lugares ermos e próximos a matagais, andar em grupos e não exibir objetos de valor, como celulares”, explicou.
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