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ASSALTO A TAXISTA

Suposto “ladrão atrapalhado” se apresenta à Polícia Civil

Táxi foi abandonado pelo suspeito durante a fuga

O homem que angariou para si o apelido de “ladrão atrapalhado”, por ter esquecido os próprios documentos no automóvel da vítima após um suposto assalto, apresentou-se à Polícia Civil. Acompanhado do advogado Silvério José Stölben, o suspeito de 42 anos, morador do Bairro Faxinal Menino Deus, compareceu de forma voluntária na sede da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP) na tarde dessa terça-feira, 7.

Ele negou as acusações de que teria cometido um assalto. Relatou que, após tentar sacar o fundo de garantia e entregar currículos no Centro, solicitou uma corrida. Segundo ele, no caminho, após ter sido ofendido pelo taxista, desferiu um soco. O condutor então teria saído do veículo e o suspeito permaneceu nas proximidades do local, até ouvir disparos de arma de fogo que teriam sido desferidos por um colega do taxista supostamente assaltado. Com isso, o acusado fugiu.

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Stölben defende que foi um mal-entendido. Foto: Rafaelly Machado

Para o advogado, o caso não passou de um mal-entendido. “Tivemos uma conversa tranquila na delegacia. Esperamos que tudo seja elucidado e fique comprovado que não houve assalto, mas sim um mal-entendido após uma desavença dentro do carro”, disse. “Se ele fosse culpado, teria fugido para outra cidade, mas quis se apresentar para explicar tudo. Está falando a verdade.”

Informações contraditórias

O delegado Alessander Zucuni Garcia confirmou à Gazeta que ouviu a versão do suspeito de ter cometido o suposto assalto. Segundo o responsável pela investigação, imagens de câmeras e depoimentos de outras testemunhas vêm ajudando a esclarecer o caso. Conforme o titular da 2ª DP, a ideia é não ouvir somente colegas taxistas da vítima, mas também identificar outras pessoas que possam ter presenciado a situação. “Quando se registra um fato, inicialmente a presunção é de que aconteceu. Não se supõe que alguém vá registrar algo que não existiu. Mas como sempre existe a possibilidade de ser algo inverídico, estamos averiguando todos os detalhes. O apontado autor do crime afirma que não teve assalto, e que ele teria desferido um soco no taxista em virtude de um desentendimento”, comentou Alessander.

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Delegado Alessander ouve testemunhas. Foto: Alencar da Rosa

Conforme o delegado, no depoimento, foi possível observar algumas informações contraditórias. Após a desavença no veículo, o motorista do táxi acabou saindo assustado e o acusado ficou dentro do carro. “No local do fato houve a saída do motorista, mas o próprio acusado admitiu em depoimento que na sequência conduziu o veículo até outra rua. No meu entendimento, isso é algo que não tem justificativa, e mostra que tinha alguma segunda intenção.” O caso deve ser concluído em breve.

Relembre o caso

O suposto assalto aconteceu na noite de 31 de maio, por volta das 21 horas, no ponto de táxi que fica ao final da Rua Ernesto Alves, nas imediações da esquina com a Rua Felipe Jacobus. O motorista de 54 anos estava no ponto quando o homem calvo, vestindo uma camiseta branca e calça jeans, aproximou-se e solicitou uma corrida até o Bairro Faxinal Menino Deus.

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Conforme o registro da ocorrência, no caminho, perto do Clube dos Subtenentes e Sargentos, o passageiro teria pedido que o taxista parasse e anunciou o assalto, exigindo dinheiro e celulares. O acusado ainda deu um soco no rosto da vítima antes de fugir levando o táxi. A Brigada Militar (BM) deu início às buscas. Os PMs do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM) conseguiram recuperar o veículo durante a noite.

Ele estava abandonado na Rua Vereador Ottmar Muench, no Faxinal Menino Deus. Os pertences roubados do condutor foram encontrados perto do carro e, posteriormente, restituídos ao taxista. Dentro do veículo, os PMs encontraram uma pasta na qual havia documentos pessoais, carteira de trabalho, contrato de rescisão com uma fábrica do Distrito Industrial e ainda um exame de ecografia do ombro esquerdo.

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Por meio das fotos, o taxista confirmou que os documentos pertenciam ao autor do suposto roubo. A Brigada Militar tentou localizar o suspeito no endereço dele ainda na noite do fato. No entanto, o homem de 42 anos não foi encontrado. Isso aconteceu porque, de acordo com o advogado, ele ficou escondido durante horas na mata, temendo algum tipo de represália.

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