Suposto “ladrão atrapalhado” nega acusações

Por ora escondido, o homem que angariou para si o apelido de “ladrão atrapalhado”, por ter esquecido os próprios documentos no automóvel da vítima após um suposto assalto, na noite de terça-feira, tem outra versão para os fatos. O indivíduo de 42 anos, morador do Bairro Faxinal Menino Deus, vai se apresentar à polícia. Quem garante é o advogado do suspeito, Silvério José Stölben, que entrou em contato com a Gazeta do Sul.

Segundo o advogado, seu cliente traz outra versão dos fatos, que difere da apresentada pelo motorista. “Ele vai se apresentar à polícia. É a vontade dele esclarecer os fatos, pois em momento nenhum houve assalto. Nenhuma vez falou em tirar algum bem do taxista”, disse Stölben.

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Stölben é o advogado: “Não houve roubo”

O caso teve início por volta das 21 horas de terça-feira, no ponto de táxi que fica ao final da Rua Ernesto Alves, nas proximidades da esquina com a Rua Felipe Jacobus. O motorista de 54 anos estava no ponto quando o homem calvo, vestindo uma camiseta branca e calça jeans, aproximou-se e solicitou uma corrida até o Faxinal Menino Deus.

Conforme o registro da ocorrência, no caminho, próximo ao Clube dos Subtenentes e Sargentos, o passageiro teria pedido que o taxista parasse e anunciou o assalto, exigindo dinheiro e celulares. O acusado ainda deu um soco no rosto da vítima antes de fugir levando o táxi. A Brigada Militar (BM) foi acionada e deu início às buscas. Os PMs do 23º Batalhão de Polícia Militar (23º BPM) conseguiram recuperar o veículo durante a noite. Ele estava abandonado na Rua Vereador Ottmar Muench, no Faxinal Menino Deus. Os pertences roubados do condutor foram encontrados nas proximidades do carro e, posteriormente, restituídos ao taxista.

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Dentro do táxi, os PMs encontraram uma pasta na qual havia documentos pessoais, carteira de trabalho, contrato de rescisão com uma fábrica do Distrito Industrial e ainda um exame de ecografia no ombro esquerdo. Por meio das fotos, o taxista confirmou que os documentos pertenciam ao autor do suposto roubo.

Segundo o advogado, a versão do seu cliente é de que ele era funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviço em uma indústria do Distrito Industrial. Havia deixado o emprego e, na terça-feira, teria se encaminhado ao Centro para distribuir currículos nas empresas.

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Também teria ido retirar o fundo de garantia na Caixa, por isso tinha consigo o contrato de rescisão do trabalho. No banco, ele teria sido informado de que precisaria esperar dez dias até poder sacar. Na sequência, seguiu entregando currículos até chegar próximo ao ponto de táxi. “Ele disse ao taxista que tinha só R$ 10,00 e que podia levá-lo até onde desse, em direção ao Faxinal, e o motorista aceitou a corrida. No caminho, ele [o passageiro] estava com frio, começou a tremer muito, pois também tem problema de pressão alta e depressão, e o taxista achou que ele estava passando mal”, contou Stölben. A partir daí, ambos teriam se desentendido.

Conforme o advogado, o soco desferido por seu cliente de fato aconteceu, mas foi somente porque o motorista o teria ofendido. “Quando aconteceu esse fato, o taxista se atirou para fora com o carro em movimento, e meu cliente pulou para o lado do motorista e deixou o carro correr até uma rua próxima. Ele permaneceu no local. Quando ouviu barulho de outros veículos, achou que era a polícia e saiu com as mãos para cima, mas viu que era outro taxista e este disparou com arma de fogo. Por isso, meu cliente fugiu para uma área de mata”, narrou Stölben.

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Guilherme Bica

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