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Supersafra de grãos pode ter reflexo também no Centro Serra

O anúncio de que o Rio Grande do Sul terá a segunda maior safra de verão de sua história animou os agricultores e, principalmente, as autoridades, já que o setor primário que corresponde por uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. A produção de grãos deve alcançar a marca de 32 milhões de toneladas, resultando em um impacto econômico superior a R$ 31 bilhões na economia gaúcha.

O levantamento foi apresentado durante a Expodireto Cotrijal, que ocorre no município de Não-Me-Toque, considerando os dados das lavouras até o mês de fevereiro. E a tendência, segundo a Emater/RS-Ascar, é que a região Centro Serra acompanhe esta expectativa positiva da safra, em especial a cultura da soja, que se tornou um dos  produtos mais importantes da economia regional. Os números indicam um cenário positivo para o grão.

Segundo o engenheiro agrônomo Vivairo Zago, assistente técnico da área de Produção Vegetal do escritório regional da Emater de Soledade, foram cultivados 40,6 mil hectares de soja nesta safra na região, que inclui os municípios de Arroio do Tigre, Estrela Velha, Ibarama, Jacuizinho, Lagoa Bonita do Sul, Lagoão, Passa Sete, Segredo, Sobradinho e Tunas. Somado ao Baixo Vale do Rio Pardo e ao Alto da Serra do Botucaraí, esse número salta para 420 mil hectares.

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Conforme dados repassados pelo escritório regional da Emater, o município de Jacuizinho lidera a produção regional, com 17,6 mil hectares de soja cultivados, seguido por Estrela Velha e Arroio do Tigre. A colheita, na maioria dos municípios, iniciou na última semana. “Hoje, estima-se que 3% da safra tenha sido colhida em todo o Vale do Rio Pardo e Centro Serra”, comentou Zago.

Cultura pode injetar R$ 759,6 milhões na economia regional

Conforme Zago, as estimativas de produtividade da soja no Centro Serra são bastante positivas, ainda mais se comparados com o restante da região de abrangência do escritório da Emater de Soledade. “Estima-se, em média 3 mil quilos por hectare, o que equivale a 50 sacas. No Centro Serra, onde as produtividades são melhores, pode haver acréscimo, chegando a 3,9 ou 4 mil quilos por hectare”, ressalta. O valor médio da saca da soja, atualmente, é de R$ 72,00.

Caso essa produtividade se confirme, a cultura da soja pode injetar aproximadamente R$ 759,6 milhões na economia regional, considerando também o Baixo Vale do Rio Pardo. Zago lembra, porém, que se trata de uma estimativa. Ou seja, o número pode ser superior ou inferior.

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Soja estabilizada

De 2018 para 2019, houve um acréscimo de 2% aproximadamente no cultivo da soja no Vale do Rio Pardo. Os municípios do Centro Serra estão com a área praticamente estabilizada, sem expansão da cultura. Já municípios do Baixo Vale, como Encruzilhada do Sul, General Câmara e Rio Pardo podem registrar aumento, pois o grão é cultivado em áreas de arranquio de reflorestamento com eucalipto.

Zago ressalta que a produtividade das lavouras nos municípios maiores ainda é baixa, devido a fertilidade baixa do solo e problemas climáticos, como a seca.  “Isso afetou a produtividade, mas não de maneira significativa. A cultura pode não expressar todo o seu potencial de produção, principalmente pelos fatores mencionados e também os baixos investimentos em tecnologia”, alerta.

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