A situação de Porto Alegre e demais municípios da Região Metropolitana, bem como as dificuldades de acesso em direção ao Vale do Rio Pardo, já mostram reflexos no abastecimento de supermercados, postos de combustíveis e comércio em geral. Essa condição já era percebida desde a semana passada, mas se acentuou com a grande demanda que esses estabelecimentos registraram nos últimos dias.
Fundamentais para o deslocamento de pessoas e mercadorias, os combustíveis já estão com fornecimento limitado em Santa Cruz do Sul desde a última quarta-feira, quando a população iniciou uma corrida em busca de gasolina, etanol e diesel. Na manhã desta terça-feira, 7, alguns postos contavam com gasolina e diesel, fato que fez filas se formarem. No momento, são duas as dificuldades para obter esses produtos: as inundações em Canoas, que impedem o acesso à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), e os bloqueios das rodovias devido a situações de pista e pontes submersas, com danos estruturais ou levadas pela força das enxurradas.
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Além dos motoristas em geral, as empresas já sentem os impactos do desabastecimento. Responsável pelo transporte coletivo urbano de Santa Cruz, o Consórcio TCS espera receber nesta terça-feira, 6, uma carga de diesel para abastecer os ônibus e poder continuar operando as linhas normalmente. De acordo com o gerente administrativo Zaqueu Forgiarini, o estoque está chegando ao fim. “Só temos diesel para rodar até esta quarta.”
Os taxistas também sofrem com o problema. Conforme o presidente da Associação Rádio Táxi, Jari Vieira, nessa segunda já não havia mais gasolina e etanol disponíveis na cidade, então os profissionais abastecem conforme os postos recebem novas cargas. Ele salienta ainda uma queda significativa no número de corridas em função das limitações nos telefones e conexão de internet. “Com isso, os chamados caem muito”, observa. Outro ponto forte são os convênios com as fumageiras, que estão com as atividades interrompidas. “Estamos nos virando do jeito que dá, mas está complicado.”
As limitações logísticas também são percebidas nos supermercados do município. Em vários estabelecimentos, as gôndolas parcial ou totalmente vazias denunciam a falta de produtos de algumas categorias, sobretudo as de alimentos perecíveis. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios dos Vales do Taquari e Rio Pardo (Sindigêneros/VRP), Celso Müller, as maiores dificuldades são no setor de hortifrúti. Há oferta na região de Torres e demais municípios na divisa com Santa Catarina, mas o transporte até os Vales segue como um empecilho.
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Diante dessa realidade de muita demanda e pouca oferta, os fornecedores que ainda possuem estoque já cobram valores mais altos. Além disso, a necessidade de percorrer rotas mais longas para chegar a Santa Cruz encarece o preço do frete. Tudo isso se reflete em custos mais elevados ao consumidor final.
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