Apesar da fragilidade da oposição, da parcialidade da mídia e das decisões autoritárias dos tribunais superiores – fatos que, entretanto, favoreceram eleitoralmente Bolsonaro e as narrativas de apoiadores(!), a verdade é que em tempo algum um candidato produziu tanta munição em favor de adversários. O próprio Bolsonaro foi o maior cabo eleitoral de Lula.
Sem contar o histórico parlamentar intempestivo e agressivo, ratificado com as reverências ao coronel (e torturador) Brilhante Ustra, o que por si só já bastaria para encerrar a carreira, Bolsonaro produziu incontáveis barbaridades durante o mandato.
O mais surpreendente ocorreu no decurso da pandemia. Uma fatalidade coletiva, como um terremoto, um tsunami, a queda de um avião, no caso a pandemia, ensejaria ao líder de uma nação, seja qual for a ideologia e (de)formação, a oportunidade de demonstrar imediata ação, empatia e solidariedade com as vítimas, com os familiares e com os profissionais de socorro e saúde.
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Inacreditavelmente, Bolsonaro fez tudo ao contrário. Não bastassem as frequentes e inúmeras atitudes e falas insanas e desproporcionais, especialmente sobre a própria pandemia, medicamentos e vacinas, comportava-se como que em campanha eleitoral permanente. Entre tais atos, em meio à mortandade e ao sofrimento geral, as sucessivas e festivas motociatas foram e são um monumento e culto à estupidez individual e coletiva!
Quanto ao agora Lula Terceiro, que dispensa a renomeação das fragilidades e pendências judiciais, somente o futuro dirá o quanto tenha compreendido o que determinou a vitória e retorno ao poder.
Se imaginar que o sucesso eleitoral é um alvará de inocência quanto aos abusos e anormalidades das gestões anteriores, cometerá outro erro. E ainda que tenha ações positivas nas administrações, nada foi mais decisivo no resultado do que a rejeição ao presidente Bolsonaro.
Todavia, não esqueçamos: durante as gestões, Lula e Bolsonaro semearam o divisionismo social, agora severamente agravado pelas “tribos e bolhas”. Em resumo, como diria o conselheiro Acácio, personagem da obra O primo Basílio, de Eça de Queiroz: – As consequências vêm sempre depois!
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Basta. As Forças Armadas já se envolveram demasiada e indevidamente no presente processo político-eleitoral. Afinal, as eleições são civis, ideológicas e periódicas. Aos militares cabem as tarefas permanentes de Estado. Aliás, em modo urgente, sobretudo tocante à preservação do meio ambiente amazônico e à integridade das fronteiras nacionais – que sucumbiram ao tráfico de drogas e armas, entre outras questões importantes.
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