O segmento da suinocultura tem o Vale do Taquari como um dos grandes nichos produtivos. Os impactos do desastre natural ocorrido no Estado fizeram com que fossem apontados prejuízos elevados, embora localizados, de acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luís Folador.
O líder do setor acompanhou a instalação do Gabinete Itinerante do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Santa Cruz do Sul, nessa terça-feira, 28. Reforçou os dados apurados pela entidade, que indicaram 12,7 mil animais mortos pelas águas ou deslizamentos. Além disso, na parte da infraestrutura das granjas, houve danos em cerca de 30 mil metros quadrados de instalações e pocilgas.
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“Nós também registramos perdas econômicas, por falta de ração, de medicamentos e sêmen. Os animais passaram fome, chegando a ter restrição alimentar forte, porque não chegava a ração e o produtor tinha que racionar”, ressaltou Folador.
Diante dessas situações, a Acsurs acredita que, em animais, as perdas diretas chegaram a R$ 10 milhões; em infraestrutura, R$ 30 milhões; e em prejuízos econômicos de desempenho, entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões, somando R$ 50 milhões. Com base nessas informações, a entidade vai apresentar ao Mapa pedido para que atenda os produtores que foram prejudicados.
Setor estava em um bom momento
Antes do registro das perdas, em decorrência das enchentes, o setor suinícola vinha apresentando bom desempenho neste ano. A situação do mercado, segundo o presidente da Acsurs, Valdecir Luís Folador, é melhor do que a registrada em 2023, sobretudo porque houve uma queda expressiva no custo de produção, resultado da diminuição do preço do milho, do farelo e outros insumos. “Isso deixou uma margem melhor dentro do setor”, afirmou.
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Esse desempenho, porém, não chegou na ponta final, mantendo os valores ao consumidor, que não conseguiram ser recompostos. O bom momento também é vivido na exportação, ao menos em quantidade. Financeiramente, não tem se conseguido ampliar o que é pago pelos países compradores. “O que representou mesmo a melhora dos resultados foi a baixa do custo de produção”, reforçou Folador.
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A situação relatada pelo representante do setor, que soma R$ 50 milhões em prejuízo, preocupa, mas não chega a atingir toda a cadeia produtiva. Ela ficou restrita às regiões mais atingidas, como os vales do Rio Pardo, Taquari e Caí, além da Serra.
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Como forma de amenizar o cenário para esses produtores, a Acsurs pediu ao Mapa que sejam vistas questões como a dos criadores que tinham financiamento das instalações e os que perderam animais. Para estes, a sugestão da entidade é que o governo faça um repasse direto de valores em cima do prejuízo. Além disso, criação de financiamentos com condições diferenciadas para quem quiser retomar a atividade, fazendo reformas ou reconstruindo a instalação em outro local.
Segundo Folador, foi feito contato com o governo do Estado para postergar prazos em empréstimos e de normas, que estabelecem diretrizes mínimas de biosseguridade em granjas de suínos. Outras medidas ainda estão em fase de análise pela entidade para atender a cadeia produtiva.
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