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ESTRAGOS DA CHUVA

Subida dos rios volta a trazer preocupação ao Vale do Rio Pardo

Foto: Alencar da Rosa

Ainda se recuperando da enchente histórica de maio, as cidades do Vale do Rio Pardo, cercadas por rios, enfrentam novamente dificuldades diante da elevação dos mananciais. A chuva registrada na madrugada e manhã dessa quinta-feira, 26, bloqueou estradas, danificou cabeceiras de pontes e deixou a população em estado de alerta. O momento é preocupante, uma vez que as precipitações podem agravar a situação já delicada da região.

Em Santa Cruz do Sul, em função da rápida elevação do nível do Rio Pardinho, que ultrapassou a cota de inundação ao alcançar 7,4 metros de altura por volta do meio-dia, houve alagamento de pontos como a Rua Irmão Emílio e ruas do Navegantes, no Bairro Várzea.

Água subiu no Navegantes. Moradores foram alertados por mensagens e aviso sonoro

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Algumas residências tiveram seus pátios tomados pela água. Mas a situação ontem estava bem diferente da verificada em maio, quando a água invadiu as moradias em mais de um metro de altura.

Em razão da precipitação dessa quinta-feira, os moradores da região receberam avisos por mensagens de WhatsApp e sinal sonoro para alertar sobre a possibilidade de inundações. Algumas pessoas chegaram a deixar suas casas e se abrigaram com parentes como forma de precaução. Um caminhão, colocado à disposição pela Defesa Civil, ajudou no deslocamento.

Uma estrutura de acolhimento também foi oferecida no ginásio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Integrar, no Bairro Bom Jesus. No entanto, nenhuma família havia solicitado o serviço até o início da noite. Em relação aos animais de estimação, o Centro de Bem-Estar Animal foi disponibilizado para receber possíveis desabrigados.

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Em caso de persistência da chuva, possível alagamento ou outro atendimento, a população pode entrar em contato pelos seguintes números: Defesa Civil (199), Guarda Municipal (153) e Corpo de Bombeiros (193). No Estado, 48 municípios gaúchos já informaram danos relacionados à chuva. Além disso, foram contabilizadas 305 pessoas desabrigadas e 560 desalojadas, totalizando 29.452 afetados.

Pela região

Venâncio Aires
O acumulado de chuva chegou a 97 milímetros até a tarde dessa quinta-feira. Conforme o coordenador da Defesa Civil, Luciano Teixeira, apesar do volume considerável de água, não houve problemas no escoamento, o que minimizou as preocupações. No entanto, o órgão manteve o monitoramento das condições de pontes, especialmente a do Arroio Castelhano, assim como as áreas mais baixas da cidade e a região serrana.

No interior de Venâncio Aires, houve alagamentos em localidades próximas do Arroio Castelhano 

No interior do município, alagamentos foram registrados em Linha Antão, Araçá, Linha Arroio Grande e Rio-grandense, onde as estradas ficaram bloqueadas, com água sobre a pista.

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Rio Pardo
A Defesa Civil de Rio Pardo está desde quinta-feira em estado de alerta, acompanhando de perto as áreas ribeirinhas e locais suscetíveis a inundações. Segundo o tenente Dimas Gottardo, coordenador-geral do órgão no município, a equipe realizou inspeções em regiões como a Praia dos Ingazeiros, Biscoito, Várzea dos Panta, Travessa do Camargo, Picadinha e Passo da Areia, além dos bairros Rosário e Praça da Ponte.
Conforme a Prefeitura, não houve registros de alagamentos. No entanto, os rios Pardo e Jacuí apresentam níveis elevados, o que mantém a equipe em alerta.

Candelária
A Ponte do Império, em Candelária, que teve parte da estrutura levada pela força das águas de maio, novamente sofreu danos ontem na área havia sido consertada para permitir o acesso da população. Segundo a Prefeitura, metade da cabeceira ruiu devido à forte correnteza do Arroio Passa Sete.

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Outro lugar que traz preocupação para os moradores é Linha do Rio, localidade que também foi arrasada na última enchente. O Rio Pardo, que passa ao lado da comunidade, teve uma rápida elevação do nível e entrou em estado de atenção.

Sinimbu
Os mais de 160 milímetros de chuva em Sinimbu resultaram em problemas pontuais no interior do município. Uma das situações aconteceu na ponte sobre o Arroio Primavera, no quilômetro 89 da RSC-471 (foto), onde parte da cabeceira ficou danificada. Esse é um problema que persiste há anos e foi agravado pelas enxurradas de maio. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), responsável pela manutenção, já foi notificado novamente pela Prefeitura sobre o fato.

As chuvas intensas também causaram danos nos acessos provisórios com galerias – construídos após a enxurrada de maio – nas localidades de Linha Rio Branco (Bismarck) e Linha Rio Pequeno, o que levou à interdição das passagens nessas áreas. Como resultado, muitos alunos não foram às aulas, por precaução. Segundo a Prefeitura, as escolas permanecem em funcionamento; no entanto, a Emef Carlos Boettcher, em Rio Pequeno, e a Emef Guararapes, em Linha Almeida, suspenderam as aulas exclusivamente ontem devido às condições climáticas.

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Além dos problemas relacionados à água, questões de energia elétrica estão sendo monitoradas. A Prefeitura informou que a concessionária RGE Energia está ciente das situações emergenciais no município e trabalha para atender às demandas dos moradores afetados.

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Encruzilhada do Sul
Desde o último sábado, Encruzilhada do Sul está registrando danos em razão da chuva. Conforme a Prefeitura, a Defesa Civil monitora o aumento do nível do Arroio Lava Pés e mantém em alerta 15 famílias afetadas. Na região do Abranjo e em Vau dos Prestes, outras 15 famílias tiveram suas casas danificadas pelo temporal, com telhados arrancados.

Mais de 100 metros de lona já foram distribuídos para os moradores, e o Executivo providencia a compra de telhas. Se necessário, o salão comunitário da área poderá ser utilizado como abrigo. De acordo com a MetSul Meteorologia, do início da semana até ontem, o município teve 227 milímetros de chuva.

As aulas nas escolas rurais foram suspensas nessa quinta-feira e nesta sexta-feira, para garantir a segurança dos alunos. Desde o início das chuvas, a Defesa Civil registrou danos em galpões e residências, além de açudes, que estão no limite de sua capacidade. O acesso às estradas igualmente foi comprometido. Os prejuízos em sementes e insumos já ultrapassam R$ 500 mil.

Chuva deve diminuir 

O afastamento da frente fria a partir das áreas do Sul do Estado, ao longo do dia de ontem, provocou a redução do volume de chuva na região. Segundo a Defesa Civil do Estado, a tendência é que a partir de hoje o fenômeno climático já esteja sobre Santa Catarina, embora haja possibilidade de precipitações leves no Norte do Rio Grande do Sul e no Leste – que abrange a Região Metropolitana de Porto Alegre, o Litoral e a Serra – devido à umidade trazida do mar.

Nesta sexta-feira, 27, o tempo deve ser firme no Sul do Estado, e isso pode se refletir em outras áreas, como no Vale do Rio Pardo. O amanhecer poderá ter chuvas passageiras e muitas nuvens, mas o tempo deve melhorar à noite. Segundo a MetSul Meteorologia, no fim de semana, a entrada de ar seco fará com que o tempo permaneça sem chuva em quase todo o Rio Grande do Sul, com o sol aparecendo entre nuvens.

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