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FORA DE PAUTA

Spam! Spam! Spam!

Mesmo quem não é muito atento às questões tecnológicas provavelmente já se deparou com a palavra “spam”. A origem do termo é cercada de incertezas, mas uma coisa é certa: ninguém gosta de spam. Nossas caixas de e-mail, já há muitos anos, estão cheias dele, e agora também os nossos celulares, com SMS, ligações e até mensagens no WhatsApp que podem ser classificadas dessa forma.

Uma versão corrente sobre por que mensagens indesejadas, disparadas em massa, recebem esse nome, relaciona um tipo de carne enlatada e um esquete do grupo humorístico Monty Python. “Spam” é um enlatado de carne de porco condimentada, lançado no Reino Unido no fim dos anos 1930 e muito consumido por soldados e também pela população, muitas vezes com poucas opções, durante a Segunda Guerra Mundial. A empresa responsável nunca confirmou publicamente de onde veio o nome, mas uma teoria bastante aceita é que seria uma redução de “spiced ham”, ou presunto ou pernil temperado, em inglês.

Em 1970, um esquete do Monty Python mostra um casal chegando a um bar e perguntando sobre opções para uma refeição. A mulher não gosta de spam, no entanto, o ingrediente é parte de todos os pratos. Quando ela diz que gostaria de comer algo sem o produto, a atendente fica horrorizada e um grupo de vikings que ocupa uma das mesas começa a entoar o “Spam Song”: “Amado Spam, maravilhoso Spam”.

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Já nos anos 1980, quando a internet engatinhava, os primeiros “trolls” (que à época estavam longe de ser chamados dessa forma) faziam referência a esse cântico, enviando versões gigantes da palavra spam em grupos de chat e fóruns com o objetivo de prejudicar o andamento de discussões. A partir daí, o termo passou a ser sinônimo de mensagem indesejada.

E a coisa só piorou. O spam das latinhas não chegou aos cardápios das lanchonetes locais, mas as mensagens estão em todos os lugares. Inutilizam caixas de e-mails e tiram nossa paciência com chamadas ao telefone. Já há vários anos, consegui me livrar de incômodos diários de uma operadora de telefonia cadastrando meu número no bloqueio de telemarketing do Procon do Rio Grande do Sul – serviço que ainda está disponível e é facilmente acessado no site do órgão.

Mas os SMS e mensagens no WhatsApp continuam chegando. E aí cabe destacar uma ponte que fiz aqui quase sem perceber: do spam ao telemarketing. Esse serviço ficou tão chato que se confunde com a mensagem indesejada enviada de forma indistinta. Eu nunca fiquei feliz de receber uma ligação de telemarketing e não conheço alguém que tenha ficado satisfeito com esse contato, que tenha atendido e pensado: “Nossa, que bom, eu estava esperando para receber essa oferta por telefone e não havia qualquer outro meio pelo qual eu pudesse acessá-la”.

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Em geral, um telefone tocando é inconveniente. E sempre e cada vez mais há outras formas de adquirir ou contratar um produto ou serviço de interesse. O que me leva a crer que o telemarketing é um ofício em extinção.

Em 2019, o setor acumulava quatro anos seguidos de fechamento de vagas e era o que mais demitia no Brasil. Em 2020, com a pandemia e os atendimentos remotos se tornando essenciais, voltou a contratar muito. No entanto, quem trabalha no segmento já tem uma nova ameaça: os robôs. Também com a pandemia, cresceu o investimento dos call centers em programas de inteligência artificial, que contatam e direcionam o cliente, sem precisar de um operador humano.

O que, na verdade, facilita a vida de quem recebe o spam telefônico: antes era preciso escolher entre ser educado ou grosseiro com alguém que está só fazendo um trabalho honesto. Não é possível “desligar na cara” de uma inteligência artificial e, embora dotada de relativa e limitada “inteligência”, ela não possui sentimentos artificiais que pudessem ser feridos e nem família que ficasse desassistida se ela perdesse o emprego por não bater metas.

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Concorrência desleal para o empregado, solução para o consumidor e para o empregador. O robô é ruim e é bom. Talvez o pernil enlatado seja bom, mas do spam da internet e do telefone ninguém gosta.

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