Semana passada lembramos dos geleiros e das primeiras fábricas de gelo de Santa Cruz, que abasteciam as geladeiras de madeiras. Leitores enviaram comentários, lembrando daquela época.

Sem refrigerador elétrico, muitos alimentos estragavam e valia a criatividade para preservá-los. A carne era frita e guardada na banha, onde se conservava por mais tempo. Outra parte virava linguiça ou carne defumada. Do leite, era feito queijo e coalhada. A cerveja e a gasosa eram “geladas” nos porões e cisternas. 


Barras de gelo eram entregues em carroça

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Para muitos, a solução veio por volta de 1910, quando a Cervejaria Santa Cruz (perto do Colégio Mauá) abriu a primeira fábrica de gelo, com um motor movido a gasogênio. Por volta de 1930, surgiu a de Victor Becker (Brahma), na Rua Ernesto Alves. Em 1945, a Cervejaria Estrela (Polar) instalou fábrica na Rua Fernando Abott esquina com a Venâncio Aires.

As fábricas tinham geleiros, que entregavam as barras de gelo de casa em casa. O serviço funcionava de domingo a domingo, pois o gelo derretia e precisava ser reposto diariamente. Nos refrigeradores dos armazéns, ia derretendo e pingando sobre as garrafas, garantindo um produto “fresquinho”.

A produção das geladeiras elétricas, que esteve parada durante a 2ª Guerra, foi retomada em 1946. O Brasil voltou a importar, mas poucos podiam comprar, pois elas eram caras. 

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Os refrigeradores viraram um sonho de consumo das famílias. Quem não tinha, contava com a solidariedade do vizinho para guardar a carne e para fornecer uma forminha com cubos de gelo para o refresco. 

A situação começou a melhorar a partir de 1950. As principais lojas de Santa Cruz publicavam anúncios na Gazeta, aceitando encomendas de geladeiras para o Natal e até financiando a compra. Mas a entrega das barras ainda se manteve por vários anos.

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