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“Somos apenas um único povo, uma nação”, diz Lula em discurso por união

Foto: Reprodução/Twitter

No primeiro pronunciamento como presidente eleito, o petista Luiz Inácio Lula da Silva prometeu trabalhar pela harmonia da sociedade e entre os Poderes, respeitar a Constituição, e governar para todos. Lula agradeceu os eleitores que votaram neste domingo, 30, inclusive os apoiadores do adversário, e disse considerar que viveu “um processo de ressurreição na política brasileira”.

“A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois brasis, somos apenas um único povo, uma nação. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver num país em permanente estado de guerra”, afirmou. Lula disputou com Jair Bolsonaro a eleição mais acirrada da história.

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Lula também falou que “o verde amarelo e a bandeira do Brasil não pertencem a ninguém”, que não o povo brasileiro, em referência ao uso dos símbolos nacionais pela campanha e apoiadores de Bolsonaro. Ele também disse que irá “retomar o diálogo” com o Legislativo e Judiciário.

O petista falou que irá “trabalhar sem descanso por um Brasil que a verdade vença a mentira e o amor seja maior que o ódio” e inseriu a vitória no contexto internacional. “O novo Brasil que iremos construir não interessa apenas ao povo brasileiro, mas a todas as pessoas que trabalham pela paz, a solidariedade e a fraternidade em qualquer parte do mundo”, disse. “Convido a cada brasileiro, independentemente de quem votou nessa eleição, vamos juntos pelo Brasil. Sei a magnitude da missão que a história me revelou e sei que não poderei cumpri-la sozinho”, disse Lula.

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“Me considero um cidadão que teve um processo de ressurreição na política brasileira. Tentaram me enterrar vivo e eu estou aqui. Estou aqui para governar este país numa situação muito difícil mas tenho fé em Deus que com a ajuda do povo a gente possa encontrar uma saída para esse país voltar a viver democraticamente”, disse Lula sobre ele mesmo. Nos últimos quatro anos, o petista foi da ruína à glória política.

Segundo ele, a vitória “não é minha ou do PT, é a vitória de um imenso movimento democrático”, afirmou o presidente eleito, mais um aceno ao centro. Lula e o vice, Geraldo Alckmin (PSB) chegaram ao auditório para pronunciamento acompanhados apenas por mulheres. Estavam ao lado dos dois as respectivas esposas, Janja e Lu Alckmin, as senadoras Simone Tebet (MDB) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), e a ex-presidente Dilma Rousseff. Simone e Eliziane foram as únicas mencionadas nominalmente no início do pronunciamento. As duas ajudaram a desfazer resistências entre indecisos e, no caso da senadora do Maranhão, entre evangélicos. O petista agradeceu nominalmente também o vice, Geraldo Alckmin.

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Economia e agenda climática

Lula também falou sobre economia e disse que a “roda da economia vai voltar a girar”. O petista prometeu “enfrentar sem tréguas o racismo e a discriminação”. O “compromisso mais urgente”, disse Lula, é acabar com a fome. Ele também falou que irá trabalhar para recuperar a credibilidade e estimular a entrada de investimentos estrangeiros no País. “Hoje estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta, que o Brasil é grande demais para ser relegado ao triste papel de pária do mundo”, disse.

O petista prometeu “reindustrializar” o Brasil, investir na economia verde e digital, exportar inteligência e conhecimento e lutar por uma nova governança global com tentativa de reforma do Conselho de Segurança na ONU, com mais países. O petista também falou sobre a agenda climática, uma preocupação entre líderes estrangeiros. Disse que irá lutar pelo desmatamento zero da Amazônia. “O Brasil e o Planeta precisam de uma Amazônia viva”. Ele prometeu combater toda atividade ilegal e promover o desenvolvimento sustentável.

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