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Sombra, um dos principais personagens do caso Celso Daniel, morre em SP

Morreu em São Paulo nesta terça-feira, 27, o empresário Sérgio Gomes, emblemático personagem do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), em janeiro de 2002 – o Ministério Público do Estado o acusava de ser o mandante do crime.

Conhecido como Sombra, ele lutava contra um câncer há alguns anos. Seu advogado, o criminalista Roberto Podval, confirmou a informação sobre a morte de Sombra. Ele estava internado no Hospital Monte Magno, na Vila Formosa, zona leste da Capital. Sombra nunca admitiu envolvimento na morte brutal do prefeito, de quem era amigo e foi assessor.

Em novembro de 2015, Sombra foi condenado a 15 anos, seis meses e 19 dias de reclusão, em regime fechado, acusado de liderar esquema de cobrança de propinas de empresas de transporte contratadas pela Prefeitura na gestão do petista.

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Sombra nunca foi levado a júri popular pela morte de Celso Daniel. O Supremo Tribunal Federal anulou a ação contra ele porque o juiz do caso, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, não permitiu que as defesas dos outros acusados fizessem perguntas na fase dos interrogatórios.

Sombra ficou sete meses preso em caráter preventivo – no processo sobre a morte de Celso Daniel -, até que o Supremo lhe devolveu a liberdade.

Outros seis acusados do crime foram condenados pelo júri popular de Itapecerica da Serra. Eles confessaram o assassinato do petista. Paralelamente às investigações sobre a execução de Celso Daniel, o Ministério Público promoveu uma devassa na administração do petista.

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Surgiram as primeiras revelações sobre o esquema de corrupção instalado em secretarias municipais de Santo André. A Promotoria afirma que Sombra planejou o assassinato quando Celso Daniel decidiu dar um fim na rede de propinas – o petista teria tomado essa iniciativa ao ser informado que recursos desviados dos cofres públicos eram destinados ao caixa do PT.

Um irmão de Celso Daniel, o oftalmologista João Francisco Daniel, apontou o suposto envolvimento do ex-ministro José Dirceu na arrecadação de valores ilícitos para abastecer o partido – então presidido pelo próprio Dirceu.

O advogado Roberto Podval disse que esteve com Sombra há cerca de trinta dias. “O Sérgio estava feliz, apesar da doença, porque o Supremo anulou a ação contra ele. Uma coisa que o afligia muito era essa acusação de ter sido o mandante da morte do Celso Daniel. Ele nunca admitiu isso porque, de fato, não teve envolvimento no crime. Lembro-me bem daquela frase dele. ‘Podval, vou morrer inocente’. Ele estava feliz.”

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