Sombra, risos e choro

A Praça Getúlio Vargas vivenciou dias de muito movimento em julho de 1950. Conforme noticiou a Gazeta, naquele mês iniciou o ajardinamento do logradouro. O trabalho foi executado por funcionários da Prefeitura, sob a coordenação do jardineiro Frederico Kernbeis. Foram plantadas 105 mudas de árvores de diversas espécies, flores e grama.

O jornal ressaltou que a iniciativa era aguardada pela população, “que poderia então ocupar os bancos nos dias de canícula”. A reforma do local havia sido concluída em 1949.

Enquanto os trabalhos avançavam, no espaço situado na esquina das ruas Júlio de Castilhos e Marechal Deodoro, dezenas de pessoas compareciam, quase todas as noites, para acompanhar as atrações do Politeama Oriente. Até do interior vinham excursões.

O teatro itinerante, fundado em 1929 em Sorocaba, percorria o Brasil e se tornou muito popular no Rio Grande do Sul. O funcionamento ocorria em um pavilhão de placas metálicas com arquibancadas e alternava comédias e dramas. Na primeira, a atração era Nhô Bastião, personagem do ator Sebastião de Almeida (dono do teatro), que contracenava com a irmã Isolina (Nh’Ana), arrancando gargalhadas do público.

As peças dramáticas tinham a jovem Lea Benvenuto como atriz principal. Ela fazia o público chorar em histórias como A Escrava Isaura, Romeu e Julieta, A Canção de Bernadete, Marcelino Pão e Vinho e muitas outras. O galã era José Maria de Almeida, filho de Sebastião. Os espetáculos também tinham audições musicais. A família Almeida era muito tradicional nas áreas do circo, teatro e música, tendo iniciado a trajetória em 1911. A presença de trupes itinerantes na cidade era facilitada pela existência do ramal ferroviário.

*Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul

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