Um contexto de polêmica cerca uma das novidades da semana nos cinemas brasileiros, o drama de ação norte-americano Som da Liberdade. O tema, por si só, é sensível, nevrálgico, e envolve, além de tudo, ambientes mundiais conflituosos ou conflagrados: o tráfico humano, seja de conotação sexual, seja de mão de obra em condição análoga à escravidão, entre outros fatores. A produção, dirigida por Alejandro Monteverde e com 135 minutos de duração, estreou na quinta-feira, 21, no circuito e está em cartaz no Cine Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul, em quatro sessões.

Inspirado em fatos reais, leva às telas a história de Tim Ballard, papel de Jim Caviezel, ex-agente do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos que larga a função para combater o tráfico sexual de pessoas. Em parte a polêmica está ligada ao fato de que, supostamente, nem tudo no filme ocorreu, ainda que ele se diga baseado em fatos reais.

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O próprio diretor, Monteverde, comentou para o site Metrópoles: “Por conta do tema pesado, eu queria fazer um filme que as pessoas conseguissem terminar de ver. Então, em alguns momentos, Ballard me dizia: ‘isso não aconteceu’, mas eu tinha de seguir a produção daquela maneira”.

Logo, em um assunto já sensível e delicado, tomar “certas liberdades” só poderia mesmo resultar em desconforto. Como se não bastasse, ainda houve polêmica de fundo político. O filme foi associado ao grupo conspiracionista QAnon, de extrema-direita, que acredita que existe uma elite global composta por pedófilos que sequestram crianças para beber o sangue delas. Uma vez que o filme versa sobre tráfico de crianças, para completar o cenário de polêmicas esse aspecto foi associado à produção.

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No enredo, Ballard, depois que se afasta da função de agente especial, torna-se um vigilante e embarca em uma perigosa missão para resgatar crianças de cartéis e traficantes de pessoas na América Latina. No elenco estão ainda Mira Sorvino, Bill Camp, Kurt Fuller, José Zuñiga, Javier Godino, entre outros. As gravações ocorreram em Calexico, na Califórnia, e em grande parte em Cartagena, na Colômbia, no verão de 2018.

Trilha sonora de funk

Outra novidade da semana vem do cinema nacional. É a biografia musical Nosso Sonho, sob direção de Eduardo Albergaria e que tematiza a trajetória da dupla de cantores de funk Claudinho e Buchecha, que permaneceram juntos até 2002, quando o primeiro faleceu, em um acidente de carro. Esse filme pode ser conferido no Cine Max Shopping, em Santa Cruz do Sul, em dois horários.

Os dois personagens aparecem nas telas com a interpretação dos atores Lucas Penteado e Juan Paiva, respectivamente. Lançados no circuito artístico em 1995, são quase três décadas de influência na cena musical, como referências no funk. A história é contada a partir do ponto de vista de Buchecha, que inclusive atuou como um consultor para essa produção.

O filme evidencia como a amizade deles, estabelecida na infância (o nome completo de ambos é Cláudio Rodrigues de Mattos e Claucirlei Jovêncio de Souza), proporcionou o contexto para uma ascensão meteórica na cena artística. O título do filme vem de uma das canções mais conhecidas da dupla, de 1996. Partindo de uma comunidade de Niterói, no Rio de Janeiro, eles foram conquistando plateias e vendo as portas de programas de TV se abrirem para que sua mensagem, a mensagem de uma geração que pedia passagem, chegasse ao grande público.

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