Um impasse que se arrasta há quase duas décadas em Santa Cruz do Sul não deve encontrar um desfecho neste ano. O presidente da Câmara, Elstor Desbessell (PL), disse nessa terça-feira, 7, que deixará para os vereadores que forem eleitos em 15 de novembro a decisão sobre a sede própria do Legislativo.
A Câmara ocupa imóveis alugados desde 1991. Inaugurada em 2016, a atual sede está instalada em um prédio na esquina das ruas Fernando Abott e Assis Brasil e dispõe de uma estrutura de 2 mil metros quadrados, três pavimentos e um plenário que abriga 260 pessoas. A sede própria, porém, é defendida há anos como forma de reduzir gastos, já que o aluguel custa atualmente R$ 33,9 mil por mês aos cofres municipais.
O contrato com a GT Participações Ltda., que é a proprietária do prédio, vence em março do ano que vem, segundo informações da Câmara. Conforme Desbessell, em função disso e por se tratar de ano eleitoral, o entendimento é de que a decisão sobre o que fazer quanto à sede deve ser tomada apenas na próxima legislatura, que começa em janeiro. “Esse assunto tem que ser tratado quando do seu vencimento e por quem de fato está à frente do Poder Legislativo”, disse.
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Pelo menos três alternativas foram tentadas por antecessores de Desbessell para resolver o impasse nos últimos anos, incluindo a compra do atual prédio, mas nenhuma decolou (veja mais abaixo). O atual endereço é o quarto ocupado pela Câmara em 141 anos de história. Antes, o Legislativo funcionou na esquina das ruas 28 de Setembro e Marechal Floriano (entre 1878 e 1889), no segundo andar do Palacinho (de 1889 a 1991) e no prédio do antigo Cine Apolo, na Rua Júlio de Castilhos (de 1991 a 2016).
O que já se tentou
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Sede na Marechal Deodoro – A Câmara possui há 19 anos um terreno na esquina das ruas Marechal Deodoro e Sete de Setembro. O imóvel foi adquirido em julho de 2001, sob a presidência de Ilário Keller, justamente para abrigar uma sede própria. O projeto, porém, jamais avançou.
Sede na 28 de Outubro – Em abril de 2018, o então presidente Bruno Faller (PDT) anunciou um acordo com a Prefeitura para instalação da sede no prédio inacabado da esquina entre as ruas 28 de Outubro de Coronel Oscar Jost. A ideia, porém, emperrou em questões burocráticas e o plano foi abortado. No ano passado, o governo anunciou intenção de levar o gabinete do prefeito e outros órgãos que funcionam no Palacinho para o local.
Compra da sede atual – A mais recente tentativa de resolver o impasse foi capitaneada por Bruna Molz (PTB), no ano passado. Ao invés de construir, a ideia era negociar a compra da atual sede. Para isso, o terreno da Marechal Deodoro seria utilizado como entrada. Os proprietários do prédio chegaram a acenar positivamente, mas o ano virou sem o assunto evoluir junto ao setor de patrimônio da Prefeitura.
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