A Prefeitura de Santa Cruz do Sul se manifestou sobre os casos de prostituição a céu aberto no Bairro Goiás, que vieram à tona na edição da Gazeta do Sul do último sábado. Moradores chamaram a reportagem e contaram que a situação estava ultrapassando o limite da atuação dos profissionais do sexo, causando constrangimentos.
Alguns dos residentes disseram que se depararam com garrafas de bebida, urina, fezes humanas, camisinhas e até pinos de cocaína em frente às suas casas, além de atentados violentos ao pudor e sexo explícito. Nessa sexta-feira, 10, pela manhã, reuniram-se no Palacinho lideranças que integram o Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) de Santa Cruz.
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O encontro, em caráter emergencial, foi chamado pela prefeita Helena Hermany para debater com os órgãos de segurança propostas que levem a uma solução definitiva para o caso. Ações de prevenção à violência e combate à criminalidade no local vêm sendo tomadas desde julho, quando relatos de moradores vieram à tona após uma primeira reportagem da Gazeta.
“É um problema social antigo de Santa Cruz, que vem de décadas. Mas não adianta sair do Goiás e ir para outro lugar próximo, onde seguirá causando incômodos a famílias e comerciantes. Não é local para isso e não vamos tolerar”, frisou a prefeita, fazendo referência à proposta apresentada pela travesti Nicolly Micaeli Lisboa, de 28 anos. A líder do grupo de travestis procurou a Gazeta para dar sua versão, após a grande repercussão do caso.
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Em matéria veiculada na edição de quarta-feira, Nicolly disse que os profissionais do sexo sairiam do Goiás e iriam para um novo ponto, no início da Avenida Paul Harris, na esquina da Rua Capitão Fernando Tatsch. “As minorias sociais devem sempre ser respeitadas, mas também precisam ter respeito com a sociedade e os poderes constituídos. A legislação é branda, mas a situação pela qual estamos passando não pode ser admitida”, acrescentou o vereador Henrique Hermany (PP).
O líder de governo na Câmara levou à reunião reivindicações repassadas por moradores do Bairro Goiás sobre excessos cometidos pelas travestis. O diálogo entre líderes municipais, Polícia Civil, Brigada Militar, Susepe, Bombeiros e Guarda Municipal levou à conclusão de que é preciso agir com respaldo de um serviço de inteligência capaz de viabilizar uma solução conciliadora. “Vamos encontrar um local que não tenha residências e comércios nas proximidades, para causar o menor transtorno possível à sociedade”, garantiu a prefeita Helena.
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De julho até agora, pela Operação Nix, da Brigada Militar, 270 barreiras foram feitas em pontos estratégicos do Bairro Goiás e redondezas. Foram abordadas 1.569 pessoas e 1.208 veículos, em ações contra a perturbação do sossego público e de coibição de crimes contra a dignidade sexual.
“Estamos trabalhando muito, com o compromisso de garantir a segurança e encontrar uma solução viável para todos os envolvidos”, afirmou o comandante regional da Brigada Militar, tenente-coronel Giovani Paim Moresco. “A prostituição é legalizada e dá às pessoas o direito de exercer a atividade”, complementou o delegado regional Luciano Menezes.
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O chefe da Polícia Civil na região afirmou que as forças de segurança agem em conjunto para investigar denúncias relacionadas à criminalidade no local, como venda de drogas e atos obscenos em via pública. Segundo o delegado, a maior parte dos problemas são causados por pessoas de fora da cidade que vêm a Santa Cruz exclusivamente para ganhar dinheiro com a prática.
Na reunião, a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Roberta Pereira, frisou que Santa Cruz é o único município do interior do Estado a ter uma coordenadoria da diversidade, criada exclusivamente para acompanhar as demandas da população LGBTQIA+. “Oferecemos oportunidades e oficinas de qualificação profissional, para que as pessoas não precisem se submeter a nenhum tipo de violência”, disse ela.
Conforme o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis, o governo municipal nunca se omitiu diante da situação e atua para coibir a criminalidade dentro dos limites legais cabíveis à Prefeitura. “É um tema delicado e complexo, mas a segurança pública de Santa Cruz tem capacidade de encontrar uma solução. Estamos trabalhando muito para isso”, salientou.
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