A soldado da Brigada Militar, Luíse Arrial, ao sair de casa até o Grupamento da BM em Passa Sete, não imaginava as emoções que o dia 4 de março de 2021 reservava. Era 18h30 quando, de repente, recebe a presença agoniada de Raquel da Rosa e Jailson Daniel Soares, trazendo nos braços a pequena Isabela, de apenas nove dias. A bebê havia engasgado com o leite materno e como a unidade de saúde já estava fechada, imediatamente os pais lembraram de se dirigir até a Brigada Militar.
A soldado destaca que a pequenina já estava em uma situação bem delicada. Os pais já haviam tentando fazer o salvamento dela em casa e chegando à Brigada Militar, Luíse continuou as manobras buscando a reação de Isabela. A soldado conseguiu desobstruir um pouco o canal de respiração, fazendo com que a bebê manifestasse uma pequena reação.
Diante da situação complicada, Luíse decidiu que era preciso encaminhar a pequena ao hospital. Pais e bebê entraram na viatura e foram rapidamente conduzidos até a casa de saúde em Sobradinho. No trajeto, Raquel continuou as manobras de desafogamento na filha. Chegando ao Hospital São João Evangelista, Isabela foi atendida pelo médico João Kischener. Enquanto esperava a família, a soldado rezava pedindo ajuda divina para que o profissional de saúde conseguisse completar o salvamento. Quando ouviu o choro da pequena, Luíse percebeu que toda sua dedicação e agilidade valeram a pena.
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Conforme a soldado, ela nunca havia passado por situação semelhante a essa. “Eu sou da última turma do concurso de 2018, estou há pouco tempo em Passa Sete. Aprendemos sobre primeiros socorros no curso de formação, mas na prática a gente sempre pensa que não vai acontecer e é bem complicado, é uma situação que tu precisa agir rápido, que tu fica envolvida emocionalmente por ser uma criança tão pequena, os pais juntos desesperados, o filho novinho, uma criança delicada.Então a gente precisa agir muito rápido e pensar que vai dar tudo certo, sempre com pensamento positivo”, relata.
Na sexta-feira, 9 de abril, a mãe da pequena Isabela, Raquel, esteve no Grupamento da Brigada Militar para agradecer a soldado. Conversando com a reportagem da Gazeta da Serra, ela relembrou o fato. “Ela estava mamando depois do banho. Logo que ela começou a mamar, notei que ela tinha se afogado. Num primeiro momento eu e meu marido tentamos fazer alguns procedimentos em casa, mas notamos que ela não reagiu. No primeiro instante eu pensei na Brigada, porque já estava fechado o posto de saúde, viemos muito rápido até o Grupamento. Quando chegamos aqui a Luíse já nos atendeu, tentou as manobras, ela chorou, reagiu, mas como o canal ainda não estava totalmente desobstruído seguimos ao hospital”, conta.
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Na sexta passada, Isabela completou 45 dias de vida e a mãe Raquel manifestou seu eterno agradecimento a soldado e ao médico que atendeu a bebê no dia do incidente. “Temos que agradecer o médico e agradecer imensamente a soldado Luíse por tudo o que ela fez por nós. Se não fosse ela a gente não saberia se levaríamos para o hospital. O procedimento foi muito rápido e graças a Deus deu tudo certo”, relata.
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Luíse acrescenta que é muito gratificante ver a pequena Isabela saudável e feliz. “Depois que escutei ela chorar no hospital, que deu tudo certo, eu já fiquei muito feliz, porque estava muito nervosa. Mas deu tudo certo e hoje vejo ela assim e quero que ela seja sempre muito saudável”, disse.
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Reconhecimento
Quem também esteve parabenizando a soldado Luíse foi o capitão Ricardo Antônio Mori, da 5ª Companhia do 23º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na região Centro-Serra. Conforme ele, a soldado realizou um trabalho magnífico. Salienta que não foi o primeiro e nem será o último caso em que um policial militar precisará fazer um procedimento dessa natureza. “Nós cada vez mais ficamos mais contentes e mais satisfeitos em dar essa resposta para a comunidade, porque é a nós que se busca socorro nessas horas e natural que seja assim. Nossos policiais estão preparados para dar esse atendimento e aqui fica nossa resposta emblemática da soldado Luíse neste particular evento. Só temos que dar os parabéns para ela”, frisa.
O capitão acrescenta que já têm pontuados alguns casos como esse na região, inclusive com atendimentos feitos pelo telefone, em que o policial militar passa as orientações aos familiares, além de passar uma palavra de calma diante da situação de desespero.
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Mori ressalta que a soldado Luíse já demonstra um controle emocional que muitas pessoas e até policiais veteranos não apresentam, “já que uma situação dessas é traumática porque se está com uma vida nas mãos, uma vida frágil e que agora graças a Luíse vai ter uma vida longa pela frente”.
Durante o agradecimento da mãe à soldado Luíse, além do capitão Ricardo Antônio Mori, também esteve presente no momento o tenente Alvoni Rathke, Comandante do 2° Pelotão da 5°Companhia, e o Comandante do GPM de Passa Sete, sargento Rogenio de Arrial.
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