Há 70 anos, um grupo de amigos, liderados por Bruno Ivo Spengler, resolveu criar uma associação para prover encontros nas segundas-feiras. Entre eles, conforme lembra Armindo Bruno Lange, prestes a completar 81 anos e que é um dos sócios mais antigos, alguns nomes conhecidos de Santa Cruz do Sul, como Joaquim Wagner, Aroldo Baumhardt e Valdemar Bublitz.
Inicialmente, o intuito era integrar os donos de restaurantes, pois a segunda-feira era o seu dia de descanso. Com o principal objetivo de promover jantares onde pudessem confraternizar, contar histórias e se divertir jogando General e cartas, nascia assim a Sociedade Amigos do Blaue Montag, a segunda-feira azul. Hoje, há sócios de diversos segmentos.
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De início, os associados se reuniam na casa de veraneio de Spengler, na Praia dos Folgados, em Santa Cruz. Com o passar do tempo e com o número de participantes aumentando, foi feita a primeira sede oficial: um grande galpão para atender os diversos eventos que aconteciam e que também servia para os banhistas que visitavam a praia. Nessa época, a sede passou a contar com os serviços de um ecônomo.
No ano 2000, construíram a sede de alvenaria, mais ampla e bem mais confortável. Sempre no mesmo endereço. Era o espaço ideal para os eventos que frequentemente eram promovidos pelo Blaue Montag para a comunidade. Eram realizadas em torno de três atividades anuais, abertos à sociedade, tendo como tradicionais os Bailes de Carnaval e da primavera.
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Relatam os antigos integrantes que foram raríssimas as ocasiões em que não houve reuniões nas segundas-feiras. Isto é, não aconteceram somente em casos de enchente, falecimentos, e outros fatos extraordinários. Assim, mesmo com feriado, a tradição era manter o encontro – o que acontece até hoje.
A pandemia no caminho
No ano de 2020, com a chegada da pandemia de Covid-19, em que todas as formas de reuniões e festas foram suspensas, os sócios precisaram dar um tempo em seus encontros semanais. Com pesar, as portas da sede foram fechadas. Com o abrandamento das normas de segurança daquele período, as reuniões puderam voltar a acontecer.
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De início, com poucos participantes, eram feitas nas casas dos associados. Foi nessa época que o ecônomo da Sociedade Ginástica, administrador do Restaurante Pioneiro, Lauro José Schwengber, que também é sócio do Blaue Montag, ofereceu as dependências do restaurante para tal. Desde então, os jantares, preparados por ele e sua esquipe, acontecem por lá. O local pode não ser mais o mesmo, mas a disposição e a alegria dos 34 sócios continuam as mesmas. Não faltam as boas conversas e os animados jogos de General.
Onde tudo começou
Na década de 1940, com as dificuldades para viajar ao litoral ou mesmo para as praias de água doce próximas daqui, quem queria escapar do calor procurava os arroios no entorno da cidade. O Rio Pardinho tornou-se uma ótima opção e assim nasceu a Praia dos Folgados. Ela ficava nas terras das famílias Spengler e Hentschke, que se estendiam até a barranca do rio. O acesso dava-se por uma estrada particular, que hoje é a Rua Irmão Emílio, no Bairro Várzea.
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Em 1950, Bruno Spengler criou o Sítio de Recreio Praia dos Folgados, onde amigos e conhecidos construíram chalés de veraneio (ranchos, como diziam). Lá recebiam familiares e conhecidos para festas. Ênio Wermuth, ainda criança, frequentava a casa erguida por seu pai Ernesto. Ele recorda das confraternizações, das brincadeiras, dos banhos no rio e das pescarias de lambaris. Havia ainda um galpão, com churrasqueira coletiva e copa.
Entre os que tinham casa no balneário estavam Albino Meinhardt, Ernesto Wermuth, Edmundo Zingler, Bruno Spengler, Hans Bellmann, os irmãos Hainy e Hardy Martin, Nelson Bender, Luiz Beck da Silva, Arno Koppe, Paulino Caspary, Nilvo Koppe, Valdemar Bublitz, Júlio de Oliveira Vianna, Waldemar Brunk e outros.
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Muitos proprietários já iam na sexta-feira (ou até antes) para o recanto. Por isso, os amigos os chamavam de “folgados”. Veio daí o nome Praia dos Folgados. Com o crescimento da cidade, a região foi loteada. Na década de 1970, os antigos veranistas abandonaram a área. Hoje, é chamada de Navegantes e integra o Bairro Várzea.
*Conforme publicado no dia 27 de maio na coluna Memória, de José Augusto Borowsky.
Uma festa inesquecível
Na noite da última quarta-feira, 24, aconteceu na sede social do Esporte Clube Avenida o grande baile para comemorar as sete décadas da Sociedade Amigos do Blaue Montag. Organizado pelos sócios, o evento foi um sucesso e contou com a presença de cerca de 700 pessoas, que foram brindar esse momento. O jantar foi preparado pela equipe de Lauro José Schwengber.
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Os bailes de aniversário da Sociedade são sempre uma tradição na cidade. E este ano, por conta dos seus 70 anos, não poderia ser diferente: o grupo escolhido para animar a festa foi Os Atuais, que, segundo André Etges, atual presidente da entidade, tem uma grande afinidade com o Blaue. Ele conta que o primeiro baile que o grupo, hoje tão conhecido dos santa-cruzenes, tocou em Santa Cruz foi justamente a primeira festa que aconteceu na sede nova do Blaue Montag. “Foi um momento que ficou para a história. Depois disso, vários outros bailes foram tocados por eles. Inclusive, era comum que o grupo de músicos ficasse hospedado na sede da associação”, conta.
Confira o material especial na íntegra:
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