O radialista Rafael Henzel, um dos sobreviventes do acidente aéreo com a equipe da Chapecoense há suas semanas, 29, deve deixar a Colômbia nesta terça-feira, 13, ao lado do lateral Alan Ruschel. Ele e outros dois jogadores do time já foram liberados pelos médicos em Medellín, onde o avião da companhia LaMia caiu por falta de combustível, de acordo com informações preliminares. O goleiro Follmann decola nesta segunda-feira para São Paulo, onde permanecerá para a continuação do seu tratamento. Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, Henzel contou que ninguém no avião foi informado de que havia um problema sério na aeronave antes de ela bater no morro e se destruir, causando a morte de 71 pessoas, entre jogadores, dirigentes do clube de Santa Catarina, jornalistas e torcedores.
“Ninguém nos falou para colocar o cinto de segurança. Todo vez que perguntávamos sobre a chegada, falavam que faltavam dez minutos. Depois, desligaram as luzes e os motores. Isso causou certo temor, mas não fomos avisados de nada. Voamos sem saber o que ia acontecer”, disse o radialista em sua primeira entrevista após de recuperar do acidente, dos problemas médicos causados por ter tido sete costelas quebradas e de uma pneumonia.
Henzel informou que estava sentado na penúltima fileira do avião, na poltrona do meio, e que os dois colegas ao seu lado morreram na queda. Ele foi o penúltimo a ser resgatado no dia, quando os colombianos já imaginavam que todos os sobreviventes haviam sidos retirados dos escombros.
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O avião da LaMia perdeu altitude a 30 quilômetros do aeroporto de Medellín. Bateu num morro e foi deixando um rastro de destruição entre as árvores. Chovia no local na hora do acidente e fazia 12 graus. “Não teve pânico ou gritaria antes da queda. Teve um silêncio apenas”, disse.
O radialista contou que chegou a ver seus amigos mortos ao seu lado antes de gritar por socorro. Ele achava que estava vivendo um pesadelo, e que acordaria em breve. Foi quando viu as luzes dos homens do resgate. Após o socorro, ele permaneceu sete horas desacordado. “Não me lembro da pancada do avião. Eu estava preso em duas árvores”.
Henzel disse que se emocionou quando soube que o filho de 11 anos disse para sua mulher que “sentia a respiração do papai”. Ele ficou sabendo do tamanho do desastre depois do terceiro dia no hospital. Seu único desejo agora é pisar em Chapecó e agradecer para o resto da vida a sorte de ter sobrevivido.
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