Ultimamente, umas das perguntas mais recorrentes entre os cidadãos é a seguinte: como é possível que a Receita Federal e o Banco Central – que fiscalizam física e digitalmente o mais modesto contribuinte – não tenham percebido com competência e rigor, ao longo dos últimos anos, as transferências bilionárias nacionais e internacionais?
Como é possível que volumes extraordinários de dinheiro vivo tenham sido sacados e movimentados quando se sabe que “na boca do caixa” são feitas exigências e perguntas várias para o cidadão ao movimentar qualquer “merreca”?
Precisamos falar sobre o serviço público. Exemplo mais recente: os funcionários do BNDES foram para a frente do prédio em protesto contra operação da Polícia Federal. Por quê? Com tanto zelo, onde estavam durante o manipulado e continuado saque?
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Vale o mesmo argumento aos funcionários da Petrobras e demais estatais. Não zelaram pelo patrimônio público, nem mesmo pelos próprios fundos de pensão complementar, agora “quebrados”, igualmente manipulados e saqueados por meio das aquisições suspeitas e volumosas no mercado de ações.
A rigor, não há nada de novo no saque continuado da nação. Muda a retórica a pretexto de ideologias e mudam os inocentes úteis. Mas nossa nação continua prisioneira das corporações do mastodôntico Estado brasileiro.
Invariavelmente, as práticas e omissões se repetem no Legislativo, no Executivo, no Judiciário e nos demais órgãos públicos. Todos “ilhas” de privilégios e direitos ditos adquiridos e intocáveis, mas preocupados apenas com o próprio “umbigo”!
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O triste momento que vivenciamos não exige apenas a rediscussão e reexame dos poderes de Estado e da organização política e administrativa, mas sim, sobretudo, da vocação e qualidade do serviço público nacional.
Afinal, como é possível que haja tantos e continuados saques e atentados contra a administração pública e os interesses nacionais diante dos olhos de uma apregoada apta, selecionada e concursada dita elite de servidores públicos?
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