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Sobre música e o Rio de Janeiro

Não quero ser ranzinza, mas nossa música popular está muito pobre. Não atino como alguém, em sã consciência, possa gostar dos trovões barulhentos de bate-estaca. Se observarmos a música da época medieval, veremos que, apesar de não muito “colorida” como as obras da época posterior, era interessante.

A música popular foi se aprimorando, os músicos se aperfeiçoando e vivemos, em certa fase da história, uma época de ouro. Lindas composições, muitas tecnicamente perfeitas, tanto que não ficaram no olvido. Ao contrário, são apreciadas até hoje por pessoas de mais idade.

A música brasileira vicejou como nunca, sendo apreciada no mundo todo.

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O que, no entanto, ocorreu de uns anos para cá? Não há mais melodia. São uma arenga de mantras falados como se músicas fossem. Letras de péssimo gosto.

Agora, nas praias, lá estão as caixas de som, em alto volume, com esse lixo que me recuso a chamar de música. Não vi, em nenhum lugar, uma caixa que tivesse algo palatável.

Se assim é, então só nos resta uma conclusão: eles venceram, o mau gosto triunfou.

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Mas, como gosta de dizer Lissi Bender, ainda há brasas sob as cinzas. Um dia retornará ao gosto do povo a boa e séria música.

***

Meu filho Rudolf, de 24 anos, já formado em Direito pela PUC, trabalhando no Tribunal de Justiça, entrou em férias. Há uns meses conheceu uma linda santiaguense, estudante de Medicina. Ela não conhecia o Rio de Janeiro.

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Ponderei a meu filho que não era boa ideia viajar com essa pandemia. Disse que se cuidaria, reservou duas passagens da Azul, o avião decolou às 6 da manhã e chegou às 7h30 no Santos Dumont.

Pronto, o check-in era só às 14. Decidiu alugar um carro para mostrar para sua amada as belezas da Cidade Maravilhosa. Acontece que o carro não tinha ar-condicionado e era do tempo em que Matusalém era guri. Deu umas volteadas e se dirigiu ao hotel, que fica em Copacabana. A entrada foi permitida às 15 horas. Surprise: o quarto não estava arrumado. Demarches e mais demarches, a duplinha decidiu dar uma volta na praia.

Quando voltaram, às 19 horas, o quarto continuava na mesma. Rudolf armou um barraco e finalmente a camareira deu uma “tapeada”. Decidiram então os pombinhos subirem ao último andar para se refrescarem na piscina. O hotel tem três elevadores, mas um estava estragado. Quando o elevador chegou ao térreo, havia uma fila enorme porque no roof haveria uma festa de casamento para 300 pessoas e os convidados se aglomeravam como sardinhas.

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Mas, graças aos céus, não houve mais percalços e a semana passou ligeiro.

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos.

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