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Conversa Sentada

Sobre eleições

Meu falecido amigo, desembargador Amaral Braga, sempre me dizia: não resistas a um bom e fundamentado argumento. Assim, procurei não ser radical e respeitar a opinião dos outros. Respeitar, não seguir cegamente. Vou, portanto, se me permitem, dar meu pitaco sobre as eleições.

Para deputado(a) estadual só voto em quem conheço pessoalmente. Sim, sim, eu sei: é uma espécie de voto distrital. A vantagem é que posso abordar e exigir explicações. Para deputado(a) federal sempre escolho quem acompanhei pela imprensa todo o tempo, mas prefiro não reeleger, salvo se não tiver opção melhor.

O Senado, ao meu ver, é uma aberração. Mais um órgão cheio de CCs, apartamentos, gastos. Deveria ser extinto. Mas terei que votar. Uma das escolhas será mulher. O outro voto será para um produtor rural. Para governador, que é gestor, abro uma exceção. Deve ter a chance de continuar seu trabalho. Comparo com a atividade privada, que é a que gera riqueza: administrador bom não se troca .

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E assim chegamos à Presidência. Já votei no Fernando Henrique e quase que meu sogro do PT se “divorciou” de mim. Ele apoiava o Lula por causa da família Genro. “No se olviden” que minha querida esposa chama-se Maristela Genro Gessinger, mas ela é filiada ao MDB. Depois, fui seduzido pelos velhinhos que confeccionavam as bandeiras vermelhas com a estrelinha, abanando de graça, achei muito lindo, fui às lágrimas, enxuguei-as na bandeira do meu novo amor partidário e votei no Lula. Tudo isso para estupor e indignação de meus colegas ruralistas. Igual fui eleito presidente do Sindicato Rural de Santiago. Não aguentei o tirão e tive que renunciar meses antes do fim de meu mandato, para não dividir a classe ou criar problemas .

Mas as invasões de propriedades, as gastanças, as “bondades” sem critério deram combustível para eu me convencer que meus colegas do Sindicato Rural tinham razão. Hoje meu retrato está na galeria dos presidentes, para meu orgulho.
Me matei trabalhando para juntar o que hoje me dá uma vida calma e agradável. Não se pode premiar os ladrões e os preguiçosos.

Esses que governaram recentemente o País são medrosos. Sabem que têm que endurecer contra o crime e as “leis suíças” que nem na Suíça são implantadas. Deu certo com o populismo? Deu certo, melhorou com os demais adesistas a qualquer governo?

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Até agora tudo só piorou: vou tentar uma nova opção mais arrojada. Para presidente votarei em quem, apesar de seus modos meio rústicos, não tem as mãos manchadas, a não ser do seu sangue que jorrou no atentado.

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