Uma das maiores queixas das pessoas é que o salário ou a renda não duram o mês inteiro. Muitas, em casos extremos, já ficam sem dinheiro no dia em que recebem seu salário ou renda, comprometidas com contas e dívidas assumidas anteriormente. Chegar ao fim do mês com alguma sobra no bolso ou na conta do banco, então, é para poucos!
Quem tem dificuldades para fazer o dinheiro durar, pelo menos, até o próximo pagamento – o que também já é um risco porque, a qualquer imprevisto, pode ficar em situação complicada – com um controle financeiro e mudanças de alguns hábitos pode mudar essa situação. Igual ao médico que, no primeiro contato com o paciente, procura fazer um diagnóstico do que está causando alguma enfermidade, na vida financeira o procedimento é parecido. O sintoma do problema – a falta de dinheiro – já é conhecido, sendo que a partir daí deve se procurar as causas. A metodologia da DSOP Educação Financeira, construída sobre quatro pilares, no primeiro prevê o diagnóstico (os outros três são sonhar, orçar e poupar).
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Para efetuar o diagnóstico das causas dos problemas financeiros, a pessoa ou a família devem, em primeiro lugar, saber exatamente quais sãos os seus ganhos. Muitas pessoas, levam em conta o ganho bruto, esquecendo os descontos legais além de outros, como prestações de crédito consignado. Em seguida, para conhecer seus gastos, devem anotar, durante 30 dias, todas as saídas de dinheiro, desde as mais insignificantes até as maiores. O registro deve ser feito à medida que o desembolso acontece, desde pequenos valores até os maiores, sob pena de esquecer-se algum item. A partir desse levantamento, classifica-se as despesas por tipo : moradia, instrução, pessoal, veículo, etc. Neste momento, já é possível efetuar uma análise das saídas de dinheiro, identificando onde mais se gasta, desperdícios ou supérfluos. Pesquisas indicam que pode-se eliminar de 20% a 30% dos gastos, sem qualquer sacrifício ou prejuízo na qualidade de vida que se vinha mantendo até então.
Depois de efetuado o diagnóstico e realizados os cortes, remanejamentos, substituições necessárias, é hora de estabelecer o orçamento. A ideia é que todos os gastos sejam devidamente orçados, antes das efetivas compras ou dos pagamentos. O diferencial da metodologia DSOP é que, no orçamento, antes das despesas normais já sejam previstos os aportes para a realização de sonhos, que são aqueles objetivos ou metas que todas as pessoas ou famílias costumam acalentar. Do salário ou da renda líquidas, já deve ser previsto e apartado o valor mensal para a realização de um sonho que pode ser a troca ou a compra de um carro, por exemplo, ou, então, a realização de uma viagem especial, de um curso, de liquidar as dívidas, etc..
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O planejamento dos gastos, por si só, já ajuda bastante para não extrapolar nas contas. Entretanto, ante uma promoção irresistível ou um objeto de consumo há muito desejado, pode bater aquela vontade de comprar. Antes de “se resolver” como pessoa, não há orçamento ou planilha que dê jeito. Por isso, o controle emocional vem muito antes do controle financeiro. Quando sentir o impulso de comprar, pergunte-se: “Eu preciso? Eu posso (pagar à vista ou ter margem para comprar a prazo)? Eu devo (mesmo podendo) comprar isso)?” . Uma estratégia é não comprar na hora, dar uma volta pelo shopping, talvez até indo embora. Muitas vezes, no dia seguinte, aquela vontade louca de achar que não poderia sobreviver sem comprar determinado produto passou.
Ninguém gosta de desperdiçar dinheiro. Mas, às vezes, com a vida corrida que temos, não percebemos os gastos desnecessários ou até desperdícios. Por isso, uma das dicas para motivar-se e acabar com contas desnecessárias, geralmente de valores pequenos, é verificar o que elas representam por ano. A assinatura de uma revista, por exemplo, que nem é lida, pode ser de apenas R$ 45 por mês, mas que, num ano, acumula R$ 540,00. A ideia, então, é transformar esta conta mensal que parece irrisória num custo anual, quando o valor já é mais considerável. Este exercício deve ser feito com todas as contas, principalmente as que são liquidadas através de débitos automáticos, no banco, e que são pagas sem questionar: tarifas de bancos e de cartões de crédito, plano de celular, assinaturas diversas, etc. Talvez seja uma forma de cortar gastos sem sofrimento.
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