Categories: Regional

Sobradinho tem caso confirmado de leishmaniose

A confirmação de um caso de leishmaniose em um cachorro de Sobradinho amplia a preocupação de veterinários e voluntários ligados à causa animal na região. Antes de ser diagnosticado, o cão vinha sendo tratado em uma clínica veterinária, mas sem apresentar melhoras. Ele então foi levado a Caxias do Sul, para o exame de punção de linfonodo, que confirmou a doença. Por não haver cura – somente tratamentos paliativos –, a alternativa foi a eutanásia.

Segundo a veterinária Grace Kelly Bridi, que tratava do cão doente em Sobradinho, a leishmaniose é um problema de saúde pública, pois há possibilidade de ser transmitida para seres humanos. Segundo Grace, os cães são os principais hospedeiros, mas o contágio é feito somente por meio do mosquito palha.

“Pode abraçar, beijar, dormir abraçado com o bichinho. Só pega a doença por meio do mosquito”, explica a veterinária santa-cruzense Manuela Hammes. Por isso, Manuela acredita que a prevenção seja a melhor forma de erradicar a moléstia. Para impedir a contaminação, é recomendado o uso regular de produtos repelentes.

Publicidade

Outro instrumento sugerido é a coleira antipragas. Existe ainda a possibilidade de vacina. São três doses aplicadas uma a cada 21 dias. Mesmo assim, para a profissional, o alvo do combate deve ser o mosquito, pois a imunização é 95% eficaz. “É importante controlar o vetor da zoonose. Para isso, é necessário manter os animais e os locais onde eles vivem limpos.”

Em Santa Cruz, Manuela afirma que o número de casos está aumentando rápido. Em 2009, ela atendeu o seu primeiro caso de leishmaniose e foi o único nesse ano. Em 2010, já passou para mais de 20 casos e a média de atendimentos se mantém assim até hoje. “Talvez antes não se tivesse o diagnóstico, mas, de qualquer forma, são números alarmantes, o que caracteriza uma epidemia.”

Atenção aos sintomas

Publicidade

O diagnóstico de leishmaniose pode ser difícil, se não for realizado exame de sangue. É necessário que os donos de cães fiquem atentos a sintomas como apatia, debilidade, falta de apetite, falta de pelo ao redor dos olhos, feridas de pele que não cicatrizam, feridas nas orelhas, lesões oculares e perda de peso.

Algumas clínicas oferecem exames rápidos, utilizando somente uma gota de sangue do animal. Depois da confirmação, os veterinários são proibidos de oferecer tratamento, conforme o Conselho Federal de Medicina Veterinária, sob risco de responder a processo ético. A única saída é a eutanásia.

Em humanos

Publicidade

Assim como para os animais, não existe cura para a leishmaniose humana. Há tratamentos paliativos para os sintomas causados pela doença, caracterizada por queda de imunidade, feridas na pele, inchaço no fígado e, consequentemente, no abdômen. O diagnóstico pode ser feito por meio de exame de sangue.

Em Porto Alegre, o primeiro caso da zoonose em seres humanos foi registrado em setembro deste ano. A vítima era uma menina de 2 anos, que percorreu postos e hospitais durante cinco meses. A doença foi identificada poucos dias antes da morte.

Publicidade

Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

Share
Published by
Naiara Silveira

This website uses cookies.