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PÁSCOA

Sobradinho promove Feira do Peixe durante a Semana Santa

Foto: Nathana Redin/Gazeta da Serra

Tradição no calendário do catolicismo, o consumo de peixes na Semana Santa, especialmente na Sexta-feira Santa, é um dos símbolos desta época do ano. Em 2022, a Sexta-feira da Paixão será no próximo dia 15, sendo um dia reservado por fiéis para a prática da abstinência do consumo de carnes, substituindo-o pelo consumo de pescados. A celebração integra-se à Páscoa, momento que relembra a crucificação e celebra a ressurreição de Jesus Cristo.

Neste sentido, anualmente é promovida a Feira do Peixe, reunindo produtores integrados à Associação dos Piscicultores, com realização da Administração Municipal de Sobradinho, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, e apoio da Emater/RS-Ascar. A comercialização de pescados ocorrerá em forma de feira livre, com venda direta dos piscicultores, de terça a quinta-feira (12 a 14 de abril), das 8h30min às 18 horas, no espaço da Feira do Produtor, junto à Praça Cornedo Vicentino, centro do município.

Nestes dias estarão sendo comercializadas carpas capim, prateada, húngara e cabeça grande, além de filés de tilápia e mantas de carpa. Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Jair Cremonese, neste ano a comercialização ficará a cargo dos piscicultores Marino Wachholz e Claudionei da Silva, sendo que os valores serão: carpa capim e eviscerada, 25 reais o quilo; carpa húngara e eviscerada, 22 reais o quilo; carpa prateada, 20 reais o quilo; carpa cabeça grande, 18 reais o quilo; filé de carpa, 35 reais o quilo, filé de tilápia com pele, 40 reais, e sem pele 45 reais. Já a manta será 35 reais o quilo. Ainda conforme Cremonese, a Secretaria e a Emater realizam visita e promovem orientações técnicas junto aos produtores durante a organização para participação na Feira.

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Já o prefeito municipal, Armando Mayerhofer, destaca que a Feira do Peixe, durante a Semana Santa, de maneira direta entre consumidor e produtor é tradicional, e é alicerçada na confiança de quem produz e a certeza do consumidor adquirir um produto de qualidade, valorizando o produtor local.

Conforme o presidente da Associação dos Piscicultores de Sobradinho, Irineu Dorz, a comercialização neste ano enfrenta três principais desafios. “O primeiro deles é a estiagem, fazendo com que alguns produtores não esgotassem os açudes já há uns dois anos, bem como em algumas localidades ocorreu a seca dos açudes neste ano. O segundo fator é o aumento dos custos de produção. Para ter uma ideia, no ano passado pagava 45 reais um saco de ração. Este ano está 115 reais. Mais que dobrou o valor. E como repassar isso ao consumidor? Estamos tentando manter um padrão de preço em relação ao ano passado. E tem ainda a questão do receio de alguns piscicultores de haver uma nova estiagem, e por este motivo preferem não esvaziar seus açudes”, frisa.

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Presidente da Associação dos Piscicultores, Irineu Dorz

Além destes aspectos, Dorz pontua que houve diminuição na produção de tilápias, o que diminuirá a comercialização desta espécie de pescado em comparação com anos anteriores. “Há um grande desestímulo por conta do custo de produção e a seca, que também provocou a mortandade de peixes. O pessoal também não tem feito muita compra de alevinos, que também tiveram grande aumento de preço, então está mais complicado”, enfatiza.

Conforme o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Rotiére Guarienti, esse é um ano atípico, uma vez que a estiagem fez com que a lâmina de água baixasse e os piscicultores não conseguiram ter um ganho de produção de peixes que normalmente teria em anos normais. “É uma tradição e uma satisfação que consigamos ofertar à população um pescado de qualidade e da nossa terra, apesar de todas as dificuldades”, pontua.

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Preparativos para a tradição

O produtor rural, Marino Wachholz, de Campo da Aviação, está em preparativos para a Feira do Peixe, da qual já participa há algumas edições. Segundo ele, neste ano a estiagem foi um desafio, mas a comercialização será possível. Junto com a esposa e um filho, cuidam e organização com carinho e dedicação a propriedade, a qual considera um ‘paraíso’ rodeado pela natureza.

Variedades de peixe carpa são criadas em um açude da propriedade de Marino Wachholz

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