Sobradinho Piscina Clube: de bailes lotados a portas fechadas

O casal de noivos adentra o salão: fotógrafos e cerimonialistas atentos, músicos a postos, decoração exuberante, o buffet sendo servido, bebida gelada, o bolo e os doces na mesa, convidados felizes… Assim podemos descrever, resumidamente, como era uma noite de comemoração de um casamento, realizado nos tradicionais clubes e salões de Sobradinho e região.

Há dois anos, maio, o mês das noivas, não as vê realizando este sonho. A pandemia por coronavírus mudou o cenário em todo o mundo e na região não foi diferente. Com espaços fechados e o seguimento das normas de prevenção ao coronavírus, casamentos, aniversários, jantares, bailes e boates, bem como outras comemorações e cerimônias precisaram ser adiadas, ou ainda, remodeladas para um formato não presencial.

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O Sobradinho Piscina Clube, que em 2021 completa 55 anos de história, já viu passar por ele, ao longo destas décadas, milhares de pessoas, que celebraram casamentos e conquistas, como formaturas, ou ainda a chegada dos 15 anos – e quantos bailes de debutantes foram; outros que buscaram o local por diversão e entretenimento; ou ainda pela gastronomia farta. Sem falar nos verões, nos banhos de piscina, no churrasco e na prática de esportes ao ar livre. Os encontros com a família, amigos e comunidade, sem dúvidas, estão fazendo muita falta.

O outro lado destes eventos, o dos organizadores, promotores e toda a cadeia que compõe o segmento, está há meses sem perspectivas. Não se há data para retornar à “normalidade”. Com isso a espera é preocupante.

O atual presidente da entidade, Lucindo Lazzari (Chiquinho), falou nesta semana ao programa Giro Regional, da Gazeta FM. Segundo ele, a situação difícil é sentida por todos os clubes, mas no caso da Piscina Clube é vivenciada há mais tempo. “É uma situação complicada, é um clube que vem de um bom tempo com dificuldades. Acho que estamos atravessando pela pior fase dela, muito embora tenhamos uma turma boa, onde vínhamos trabalhando e tivemos que trancar todos estes trabalhos. Estávamos realizando todas as obras necessárias para abertura do salão, foi feita análise técnica”, pontuou. Entre as modificações realizadas, estão a instalação de portas na lateral, nos fundos, todas com barra antipânico, além de uma escada.

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“Uma coisa posso garantir, se não tivesse tido essa pandemia, o salão hoje estaria diferente do que está, provavelmente já estaria com a frente dele toda pintada. Estávamos agilizando o PPCI. Foi feita toda a parte interna, no caso a iluminação de emergência, colocação de extintores e tudo mais”, pontuou.

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Conforme Chiquinho, para quem olha de fora, há necessidade de pintura, retoque no telhado, nas caixas de vento, mas nada que, segundo ele, comprometa a estrutura do prédio em si. “Estaria plenamente hábil a estar funcionando”, salientou. De acordo com ele, no ano passado foi colocado à venda um terreno pertencente à entidade, o qual compreende o campo próximo à estrutura do salão. “Aquele espaço é muito pouco utilizado pela sociedade, então ficar aquele terreno somente para fins de estacionamento, a meu ver, é desnecessário. Hoje, seria muito mais interessante conseguir ter um retorno financeiro daquele local, para reaplicar”, ressaltou.

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Desde que Chiquinho assumiu a presidência, a renda que a entidade tinha para manter o funcionamento, ao menos das piscinas, foi proveniente das temporadas de verão e jantares com menor público, pois anterior a isso, desde meados de 2018, passaram a não utilizar o salão principal, local onde ocorriam as festividades, por não ter o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). Neste último verão não foi possível sequer abrir a temporada de banho, em razão da pandemia.

O presidente comentou ainda sobre as contas da entidade, que não são valores altos, e as quais estão ligadas, principalmente, às modificações necessárias na estrutura do prédio, além da água e luz. Conforme relatou no programa, algumas contas foram negociadas em parcelamentos, os quais aos poucos vai pagando, por conta própria muitas vezes, como não há entrada em caixa. A dificuldade financeira se deve também ao quase inexistente número de sócios ativos, permanecendo os sócios remidos. Atualmente um casal mora no local e contribui para manter um dos clubes mais tradicionais de Sobradinho. Apesar dos tempos incertos, a esperança permanece. O desejo de retornar a ver casais, jovens, crianças, adultos e idosos usufruindo do Sobradinho Piscina Clube e demais salões e entidades da região, movimentando a economia, o turismo e realizando sonhos, é o que deve impulsionar a retomada dos eventos, quando possível. “Uma coisa Sobradinho pode ter em mente, aquilo lá fechar nunca vai, se depender de mim, não”, reforçou o presidente do Sobradinho Piscina Clube.

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