O jornalista Valacir Cremonese (in memoriam) escrevera no jornal Paladino Serrano, antecessor da Gazeta da Serra, por ocasião do cinquentenário de Sobradinho, em 1977, baseado nos relatos de Aurélio Bandeira e Giácomo Olivier: “Em 1917, quando alguns cidadãos de Vila Candelária se reuniram para pleitear a sua emancipação, também em Sobradinho houve quem manifestasse o mesmo desejo. Conversações tiveram lugar, envolvendo famílias de renome e prestígio, cujo objetivo seria a formação de um só município. A sede seria em Candelária, mas Sobradinho beneficiaria de algumas vantagens especiais. Mas tudo não passou de conversa. Absolutamente nada foi concretizado. Mas a ideia da emancipação não desapareceu de nossos horizontes. E em 1924, agora melhor estruturada e já amadurecida, ela apossou-se dos corações de três cidadãos que se predispuseram a vê-la materializada. Eram eles Humberto Antônio Dei Svaldi, Roberto Carlos Homrich e Reinoldo Schmidt. Reuniram-se e esquematizaram um plano de ação […]”.
A história continua com estes dirigindo-se a diversas localidades da região, encontrando apoio de pessoas como o Capitão Paulo Billing, e a ida até o Governo do Estado, para os primeiros contatos oficiais. Tempo depois, com o retorno de conhecimento e manifestação de interesse pela causa defendida pelos sobradinhenses, vinda do governador Borges de Medeiros, outros nomes de força ingressaram ao movimento, como Dr. Reinaldo Seitenfus, Lino Lazzari, Eloy de Oliveira Brito, Cel. Santo Carniel, Júlio Bridi, Frederico Mundstock, entre tantos outros.
Em 3 de dezembro de 1927, Borges de Medeiros elevava Sobradinho à categoria de município, pelo Decreto 3.924. À época o município recebera o nome de Jacuhy, uma referência ao rio, cujas margens banhavam o território, e tendo à frente o interventor Carlos Heitor de Azevedo. Em fevereiro de 1928, a primeira eleição elegeu como intendente (prefeito), Santo Carniel, do Partido Republicano, e vice-intendente (vice-prefeito), Lino Lazzari.
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A primeira composição da Câmara de Vereadores (antes Conselho Municipal) teve como membros Dr. Reinaldo Seitenfus (presidente), Frederico Mundstock, Beno Bernhard, Júlio Bridi, Ottmar Kessler, Brigido Pereira da Silva e Olímpio Gonçalves Trindade.
Já a ata de instalação do município foi assinada em 19 de dezembro de 1927 pelos troncos de diversas famílias hoje ainda assentadas sobre este espaço territorial. Foi somente dez anos depois que o município voltou a ter como nome Sobradinho.
Ao longo das décadas muito mudou. Com a emancipação dos distritos, e ficando com um território de pouco mais de 128km², um cenário essencialmente agrícola transformou-se também em um grande potencial centralizado, onde indústria, comércio e serviços ganharam destaque, juntamente com uma produção rural bem desenvolvida. Arroio do Tigre foi o primeiro a emancipar-se, em 1963. Depois vieram Ibarama, em 1987; Segredo, em 1988; Passa Sete, em 1995. E, já no ano 1996, Lagoa Bonita do Sul.
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Assim como Valacir registrou o que pensavam os sobradinhenses em 1977 e o que imaginavam para o centenário em 2027, cinco anos antes de completar as Bodas de Jequitibá, imaginamos no hoje, que, ali adiante, Sobradinho continuará como uma árvore resistente, exigindo manutenção e cuidado, estes que vigoram pela força de sua gente.
São mais de 15 mil habitantes vivendo sobre esta terra no agora e outros milhares que viveram no ontem e viverão por aqui no amanhã. Pessoas que têm deixado suas marcas gravadas na história, promovendo o crescimento desta terra, voando alto e sonhando com o que o futuro lhes reservará. Que este seja próspero e cheio de motivos a comemorar.
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